O guarda municipal e professor de Matemática, Antonio Damião Oliveira da Silva, faz uma análise, neste artigo enviado ao Blog, sobre a questão da distribuição d’água em Petrolina.
Confiram:
Estudos mostram que a água doce será a causa principal de conflitos entre as nações. O total de água contida no planeta não é suficiente para saciar a sede populacional. A equação do problema é fácil de entender: 97% da água são salgadas, encontram-se nos oceanos e mares, 2,24% é doce, mas infelizmente, não está disponível e a maioria se encontra nas geleiras, áreas de difícil acesso. Apenas 0,26% da água doce está disponível.
São dados preocupantes e as evidências demonstram que a próxima guerra não será pelo tão cobiçado petróleo, mas sim pelo líquido mais precioso que existe e que é fundamental para a raça humana, como também para a fauna e a flora e todo ser vivo. Se bem que a nossa Amazônia desperta interesse do mundo todo, não só por suas riquezas naturais, mas também pelo próprio Rio Amazonas em si.
Devido à explosão demográfica no mundo inteiro e as reservas de água doce serem insuficientes, não teremos em abundância para todos. Talvez por morarmos às margens de um belo rio, isso não nos assusta. O fato é que estamos caminhando para uma agravante situação em relação ao consumo da água. Mesmo assim, estatisticamente, o Brasil é um país privilegiado. Porém, a distribuição da água ainda é muito desigual nas regiões.
Parece que Petrolina, cidade do sertão de Pernambuco, a terra dos impossíveis, conhecida internacionalmente pela sua constante exportação de frutas e por sua representação política, a disputa pela água já começou. Em toda parte, da periferia ao interior do município, como também os projetos irrigados, o clamor da população diariamente é uma constante. Não existe água nas torneiras, a mesma não sobe para os reservatórios.
Consequentemente, não há como tomar um banho e o mais grave ainda é não tê-la para consumir. Entretanto, a tarifa que é paga mensalmente chega sem atraso, mesmo sem o cidadão utilizar. Quem são os verdadeiros culpados? Ninguém de direito assume a responsabilidade. Nesse conflito, estão envolvidos o gestor municipal, a população e o Estado. Analisemos a situação: A culpa não está na população, a mesma é vítima, paga as contas e não recebe uma só gota em suas residências.
O gestor municipal culpa a Compesa pela má aplicabilidade dos recursos. A justificativa é que se parte da arrecadação fosse aplicada aqui, o povo não passaria por esse vexame, e aponta como solução a municipalização dos serviços da água. Já o governo do Estado afirma que está havendo investimento, e a solução do problema é uma questão de tempo. E nesse embate de ideias sem solução, todos sofrem, todos clamam, todos lamentam o descaso e não se resolve nada.
O radialista Edenevaldo Alves, através da audiência do seu programa de rádio, onde o ouvinte tem prioridade, tem se esforçado o máximo em prol da sociedade petrolinense. A maior parte das ligações que ele recebe é sobre reclamações da Compesa. O mesmo, através da sua equipe, tem conversado com a gerência da empresa, na tentativa de dar uma resposta favorável às pessoas. Na verdade, esse comunicador tem cumprido seu papel social. Já houve audiência pública, a discussão chegou à câmara de vereadores, situação e oposição divergem na questão dessa municipalização. Obviamente cada um dos lados, de forma democrática, tem suas razões e questionamentos da aceitação ou não dessa proposta, e, fica o impasse sem definição. A radialista Néia Gonçalves tem falado nesse assunto constantemente, o talentoso Carlos Augusto tem se solidarizado com o sofrimento do povo, principalmente àqueles dos bairros periféricos.
O Blog de Carlos Britto, um dos mais conceituados da região, tem dado atenção a essa situação. Valdinei Passos, da Ponte FM, tem abordado o tema com muita propriedade, mas parece que o caos está longe de ser resolvido. Contudo, cremos que o governador Eduardo Campos deve estar sensibilizado com essas circunstâncias desagradáveis e encontrará uma saída definitiva para esse problema da água, não só em Petrolina, mas todo o Sertão do São Francisco.
Não adianta apedrejar ninguém, e sim corrigir os erros. A parceria entre o governo do Estado, o Município e, se for o caso, a União, é muito mais importante, pois as necessidades vitais das pessoas estão acima das questões políticas. Afinal de contas, a nossa cidade também faz parte de Pernambuco. Está tão próxima do Rio São Francisco, e não ter água para o consumo é o fim do mundo e, no mínimo, um absurdo!
Antonio Damião Oliveira da Silva/Guarda Municipal e Professor de Matemática



valeu professor pelo o desabafo que toda população petrolinense, tanto clama. e acima de tudo o rio mais do que nunca pode ser um canal de esgoto como é o são Francisco hoje.
“cremos que o governador Eduardo Campos deve estar sensibilizado com essas circunstâncias desagradáveis e encontrará uma saída definitiva para esse problema da água”
Estamos esperando . . .
mas o atual Governador, tal qual os anteriores, não confere a devida atenção a Petrolina/PE.
Não sei se municipalizar será a melhor solução, mas o que sei, é que a paciência do petrolinense com a Compesa/Governo Estadual já se esgotou!!!
Eu ri ao imaginar o quanto o governador está sensibilizado com essa situação. Só tá essa peleja toda porque Petrolina dá lucro, só por isso. Eu queria ver se o prefeito de Itaquitinga fizesse o mesmo pra ver se a COMPESA iria se aperrear tanto pra continuar operando lá. Joaquim, eu acho que nada seria pior que a COMPESA.
Como se pode ver, o professor entende de matemática, e só. Quem sabe não está surgindo aí um novo candidato a vereador…
A Câmara de Petrolina está dividida por interesse político e não pelo fato de quem seria melhor administrando a água, municipio ou COMPESA. A COMPESA só presta na televisão, mas a realidade é outra. Basta ver o ranking das empresas de saneamento e constatar quão boa ela é. Se os vereadores de Petrolina pensassem no povo apenas já teriam se mobilizado para a municipalização, pois com toda certeza, pior que a COMPESA não vai ser de modo nenhum.