O estudante Eduardo Affonso Júnior, 21, foi eliminado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), após a Polícia Federal indiciar seus pais sob suspeita de vazarem a prova. Ambos podem ter pena de até seis anos por violação de sigilo funcional.
Segundo a Polícia Federal, o casal de professores Marenilde Brito Affonso e Eduardo Ferreira Affonso confessou a violação da prova. Affonso Júnior é o mesmo estudante que, no dia 10, contou à reportagem da Folha, na condição de não ser identificado, outra versão.
Na ocasião, ele disse que, ao chegar ao local da prova, se deparou com vários alunos dizendo que o tema da redação seria escravidão. Na sequência, ele afirmou que contou o fato a três professores antes da prova.
A mãe de Affonso era aplicadora do Enem em Remanso (BA). Duas horas antes do permitido, ela rompeu o lacre de um lote de provas para deficientes visuais e teve acesso ao título de um texto motivador da redação.
Segundo depoimento dela à PF, ela repassou o título de um dos temas motivadores da redação ao marido, também professor. Ele ligou para o filho, que iria entrar para a prova, em Petrolina (PE).
Eduardo Jr. chegou a pedir ajuda a seus professores de redação para escrever sobre o tema “Trabalho e Escravidão” na ocasião.
PERDÃO
Marenilde disse, ainda em depoimento, que ligou para o filho após a prova para pedir perdão “se o tivesse atrapalhado por ter fornecido” a informação. Ela afirmou que está arrependida e que “não imaginou a gravidade do ato que estava fazendo”.
Em depoimento à PF, o pai disse que, após o telefonema da mulher, pesquisou sobre o assunto na internet e ligou para o filho com o tema da redação e dados para ajudá-lo a escrevê-la.
Questionado pelo filho sobre como soube do tema, ele desconversou. Ele disse à PF que pede perdão pelo “erro que cometeu”.
FALSA VERSÃO
Na época da realização do exame, o jovem era estudante do curso pré-vestibular Geo, em Petrolina. Ele tentava vaga para uma faculdade de medicina.
No dia da avaliação, quando foi indagado sobre como teve acesso ao tema da redação, o estudante disse a professores e colegas que o tema vazou em São Raimundo Nonato (PI).
Em depoimento à PF, a mãe do estudante disse que o filho inventou a história para protegê-la.
A Folha ligou para os telefones dos três, mas não conseguiu contato. Eles também não retornaram os recados deixados pela reportagem nas caixas postais. Nos depoimentos prestados à PF, eles não estavam acompanhados de advogados.
NOVA PROVA
O Ministério da Educação manteve a data da nova prova, no dia 15 de dezembro, somente para os estudantes que receberam o exame com erro impressão.
“O Inep informa que o sigilo do tema da redação foi mantido, uma vez que a professora indiciada pela Policia Federal repassou o título de um dos textos motivadores“, disse o instituto responsável pelo Enem, em nota.
O Enem perdeu todo o crédito que tinha. (E não somente por causa dessa família)
Está virando uma desordem!!!
Com a ação da PF o ENEM se fortaleceu mais ainda, e com a punição dos responsáveis mostrará que a prova tem grande importância.
Quando ao caso dos professores envolvidos, fica só a tristeza, não só da quebra do sigilo da prova, como da falta de ética de gente adulta responsável pela aplicação da prova, mais ainda, pela falta de cultura e criatividade dos envolvidos, em ter busca na internet inspiração para escrever sobre um tema de tão vasto assunto.
Falta conteúdo para essa gente. Em todos os sentidos.
É triste, ver como o egoísmo das pessoas mancham o que já estava sujo, e sem crédito…Isso não é democratizar, isso é jogar dinheiro suado fora, pelo ralo…ACORDA!!!!
essse rapaz q se intitula estudante deveria ser penalizado com consequencias ainda maiores,pois ele nao foi apenas vitima de um sitema falho, mas sim um cumplice e inconsequente de sua propria ignorancia e egoismo. lebrendo ainda que esse rapaz ja possui idade penal
Fica demonstrado tristemente a falta de ética, a vergonha de gente ingênua aqui do sertão nesta ânsia e desespero de entrar a qualquer preço numa escola de medicina. Fica o alerta do que servem alguns cursinhos e escolas que vendem esta ilusão e são os maiores patocinadores da campanha contra o ENEM.
É uma pena que pessoas de tanta pobreza espiritual, moral e intelectual se sujam e prejudicam centenas de pessoas de boa fé, pois os que esses professores fizeram com a quebra de ética, engraçado, vai ver que nas salas de aulas, eles falavam para seus alunos contra a corrupção a imoralidade, e no entanto, por causa da busca da vantagem, não se preocuparam em aplicar os ensinamentos para si. Deus permita, que eles aproveitem o momento como lição para buscarem a melhora como seres humanos e que Deus os abençoe, pois o momento para eles deve estar muito complicado.