Criadores de carneiro da Bahia estão animados com a atividade. Com a diminuição da oferta de carne importada do Uruguai, o preço aqui no Brasil subiu mais de 20%.
João Araújo cria ovinos no município de Juazeiro há quase 20 anos. O rebanho formado por 430 animais agora ganhou o reforço de dois reprodutores da raça dorper e 74 ovelhas mestiças. O criador aproveitou o momento de valorização dos animais no mercado para investir no melhoramento genético do rebanho. “Estou achando positivo, animais bons estão nascendo e temos que fazer o melhoramento, correr atrás de matriz melhor, de porte, pois quanto mais porte, mais o animal nasce grande e forte. Nascendo grande, a tendência é logo dar o peso que quer o frigorífico”, disse o criador.
O preço do cordeiro começou a subir em novembro do ano passado, quando o Uruguai reduziu em quase 40% o fornecimento de carne para o Brasil. Há três meses o produtor recebia pelo quilo do carneiro R$ 8, agora o preço saltou para R$ 9,70, um aumento de 21%.
“No Brasil, quem tinha esse abastecimento garantido por carne uruguaia diminuiu a oferta e como nós não temos produção regular em quantidade suficiente houve uma pressão da demanda fazendo com que o preço ficasse realmente interessante”, afirmou Élcio de Souza, representante da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia.
Agora os produtores rurais buscam reduzir um obstáculo na comercialização, o atravessador, que além de dar menos pela carne, em muitos casos, não cumpre com o pagamento. Através de uma cooperativa criada há menos de um ano, eles estão negociando direto com o comprador e ganhando mais pelo produto. “A gente está procurando estar mais próximo do produtor e afastar o atravessador. Isso a cooperativa está fazendo hoje, a ponte diretamente do produtor ao frigorífico e estamos indo bem”, explicou Márcio Passos, agente de compras da cooperativa.
Com o aquecimento do setor agropecuário, os frigoríficos brasileiros estão investindo em cortes especiais para valorizar ainda mais a carne do cordeiro. Um que funciona em Juazeiro, na Bahia, há mais de cinco anos oferece até nove partes diferentes do animal. Entre elas, estão o filé mignon, picanha, pernil e bisteca. Embaladas a vácuo com selo de inspeção federal são vendidas para grandes supermercados nacionais e também da Europa e África e mesmo com o incremento, eles não conseguem atender a todos os pedidos.
“Os pedidos estão crescendo cada vez mais, estamos muito felizes com isso, mas nossa capacidade de atender nossos clientes ainda não está muito eficiente pela falta de animais na região”, contou José Vieira de Barros, dono do frigorífico. (Com informações da Globo.Com)



Enquanto os produtores estão esfregando as mãos com alta dos preços, como fica os consumidores que têm que pagar mais caro?