Uma das principais lideranças do PT, o senador pernambucano Humberto Costa descartou que um eventual apoio ao PSB para a Prefeitura do Recife sirva como ‘moeda de troca’ para candidaturas majoritárias da legenda em cidades importantes do Estado, a exemplo de Petrolina. Humberto disse nesta quarta-feira (3), ao Programa Carlos Britto, na Rural FM, não haver nenhuma obrigação ou compromisso com os socialistas nesse sentido, até porque o momento não é oportuno para esse debate.

“Lógico que, na medida em que estamos juntos no governo estadual, nós vamos tentar trabalhar juntos na maioria dos municípios de Pernambuco, porém não há nada decidido. O PT, por ter sido governo municipal no Recife durante 12 anos, também tem a legitimidade de postular. E no momento adequado, que acredito que seja lá para março ou abril, nós vamos começar essa discussão tendo como prioridade o PSB, mas sem nenhum compromisso prévio de apoio ou de recebimento de apoio para a eleição do Recife”, ponderou.

Sobre a possibilidade do presidente do IPA, Odacy Amorim, ou da vereadora Cristina Costa – lideranças do PT em Petrolina – vir a disputar a prefeitura da maior cidade do Sertão, o senador rasgou elogios a ambos, mas não tomou posicionamentos nem mesmo pessoais. Segundo o líder petista, o partido tem amplas condições de entrar nessa disputa com chances de vitória, até pela possibilidade de haver segundo turno, mas se mostrou cauteloso.

“Só acho que temos de ter muito cuidado e muito juízo para não transformarmos essa disputa, que pode ser plenamente democrática, num espaço de crise partidária. Já está provado que quando o PT se desune, o caminho para não termos um resultado positivo fica muito claro”, argumentou.

Análise

Reiterando as palavras da própria Cristina e do seu companheiro de Casa Plinio Amorim, Professor Gilmar Santos, sobre um amplo diálogo com todos os filiados antes de qualquer decisão referente à disputa em Petrolina, o senador frisou ser necessária uma análise com mais calma. “Qual o nome que aglutina mais nossos aliados, qual deles pode construir uma frente política que nos dê mais condição de disputa, qual deles se apresentará melhor nas pesquisas eleitorais, qual deles tem menor rejeição. Então tudo isso será levado em consideração. Como são dois bons nomes, nós vamos poder fazer uma escolha muito tranquila, no meu ver”, afirmou.

Já sobre a possível candidatura do deputado estadual socialista Lucas Ramos, Humberto também considerou a postulação “legítima”, mas destacou que, se houver entendimento entre o PT e o PSB, acha mais lógico que este empreste seu apoio a um nome petista. Caso contrário, Humberto disse não ver nenhum problema porque as duas legendas se unirão num eventual segundo turno.