Frente discute regulamentação do fornecimento de remédios à base de cannabis pelo SUS

por Carlos Britto // 30 de setembro de 2025 às 08:30

Foto: Anju Monteiro/Alepe

A Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentou, segunda-feira (29), uma proposta de regulamentação da Lei nº 18.757/2024, que institui a política estadual de fornecimento de medicamentos e derivados de maconha medicinal. A avaliação é de que a norma, por si só, ainda não garante a chegada dos produtos aos pacientes.

A minuta foi detalhada pelo consultor legislativo Victor Barreto, em atendimento a uma demanda do coordenador da Frente, deputado João Paulo (PT). “O mais importante é trazer regras claras: critérios, procedimentos e fluxos para a solicitação do medicamento ou produto. E garantir que ele seja efetivamente entregue aos pacientes que dele necessitam”, disse o consultor.

Segundo ele, a regulamentação deve também oferecer segurança jurídica a gestores públicos, pacientes e médicos prescritores. Em nome do governo do Estado, a quem compete regulamentar a matéria, o secretário executivo de Vigilância em Saúde e Atenção Primária, Renan Freitas, informou que a versão final do decreto deve levar de 30 a 60 dias para ser concluída.

O prazo se deve à espera por uma atualização nacional das regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além da análise do texto por setores como o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Associações

Representantes de associações autorizadas pela Justiça a cultivar e produzir medicamentos pediram acesso a linhas de crédito e apoio para que possam fornecer seus produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS), dentro dos critérios exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e evitar que a indústria farmacêutica domine completamente o mercado.

Outro ponto levantado foi a necessidade de treinar os trabalhadores da saúde para combater preconceitos e aumentar o rol de pacientes beneficiados. Diante de relatos de perseguição, a Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) ofereceu apoio jurídico a médicos prescritores e outros profissionais da assistência.

Autor da política estadual, em coautoria com o deputado Luciano Duque (SD), João Paulo cobrou urgência na regulamentação da matéria. “Eu ouvi depoimentos de pessoas que dizem que trabalham só para, no final do mês, receber o dinheiro e comprar o remédio. É fundamental que o Estado compre das associações e distribua pelo SUS”, defendeu o coordenador da Frente. A reunião teve, ainda, a presença de representantes da Defensoria Pública de Pernambuco, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), profissionais da saúde, além de pacientes e familiares. Um novo encontro de acompanhamento deve ser realizado na primeira semana de dezembro.

Frente discute regulamentação do fornecimento de remédios à base de cannabis pelo SUS

  1. Sempre Atento disse:

    Falou em cannibis a raça do PT são os primeiros a sair na frente.

  2. Maurício Barbosa disse:

    Nem me assusto com isso. Qual medicamento não é produzido à base de alguma droga?

  3. Carlos Nóbrega disse:

    Deixa de ser ignorante, gado brabo! Também seria pedir muito que o bolsonarismo, negacionista como é, entendesse que o óleo canabidióide é um medicamento sem ação psico ativa, que produz medicamento extremamente eficiente, por exemplo, para epilepsia! O seu mundo é distópico!

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