Filho diz que passou três horas em ambulância do Samu em busca de atendimento para sua mãe

por Carlos Britto // 27 de agosto de 2020 às 16:30

Foto: Jonas Santos/Ascom PMP/SMS

Nesta quinta-feira (27) Umberto Pereira, filho da idosa Dalva Dias da Silva, de 74 anos, contou sobre sua peregrinação por atendimento médico para sua mãe. Segundo ele, Dalva teve o primeiro surto psicótico na terça-feira (25) e foi levada pelo Samu até a UPA de Petrolina, sendo atendida e liberada para retornar a unidade no dia seguinte à tarde. Na quarta-feira (26), ela teve um segundo surto pela manhã.

“Houve um grande impasse entre o Samu e a UPA, sobre quem deveria fazer o atendimento. Fomos recusados na UPA, sob a alegação de que estava tudo ocupado, não havia espaço para recebê-la, não havia como fazer uma medicação. E quero frisar que ela não teria que ocupar um leito, ela teria que ser apenas medicada, porque estava com uma consulta marcada com o psiquiatra e eu tinha que levá-la num estado que a psiquiatra pudesse atender”, relatou o filho ao Programa Carlos Britto, na Rural FM. Ele também informou ter tido dificuldades para que a ambulância fosse novamente atender sua mãe.

De lá, eles tentaram atendimento em um hospital de Juazeiro (BA), que informou não ter a medicação adequada. Seguiram então para um sanatório, mas neste o médico teria saído para uma urgência. Até que foram encaminhados para o CAPS. “A caminho do CAPS, houve um contato entre a enfermeira do Samu e do médico, e alteraram esse encaminhamento. E minha mãe foi para o Traumas [Hospital Universitário], onde também foi recusada. Retornamos para UPA, e diga-se de passagem, um atendimento horrível, e nos recusaram pela segunda vez. Uma senhora de 74 anos, imobilizada dentro de uma ambulância”, lamentou Umberto. Todo esse percurso feito por ele e a mãe durou cerca de três horas.

A equipe do Samu entrou em contato com o CAPS, que aceitou realizar o atendimento da idosa. “Foi o único órgão público que atendeu minha mãe, que conseguiu ter um ato de humanidade. Mas quero frisar aqui também que o condutor e a enfermeira do Samu estavam a todo momento querendo resolver o problema, mas não vi essa mesma vontade na pessoa que estava comandando eles. Se você tem um problema de saúde, você tem que ser atendido imediatamente, sob qualquer situação. Você também não pode ser recusado em hospital porque não tem um leito”, disse Umberto. 

Dalva conseguiu ser medicada e passa bem. A reportagem entrou em contato com as assessorias de comunicação da UPA, Hospital Universitário (HU) e Samu para entender o que aconteceu durante o atendimento da paciente, e aguarda um posicionamento dos órgãos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários