FBC propõe que gestão das águas da transposição do Rio São Francisco fique sob responsabilidade de consórcio privado

por Carlos Britto // 07 de novembro de 2011 às 15:19

O governo federal está analisando a proposta do Ministério da Integração Nacional para que a gestão das águas da transposição do Rio São Francisco fique sob responsabilidade de um consórcio privado formado por empresas públicas.

A informação foi repassada pelo ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho na manhã desta segunda-feira (07). Segundo o Ministro o assunto já foi discutido com os governadores dos estados beneficiados com a transposição – Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Pela proposta Empresas estaduais desses quatro estados entrariam com 49% de participação, enquanto os 51% ficariam com Chesf e Codevasf. A proposta está análise na Casa Civil e uma decisão sobre o assunto deve sair até o final deste ano. (Do Blog do Jamildo)

FBC propõe que gestão das águas da transposição do Rio São Francisco fique sob responsabilidade de consórcio privado

  1. DEOMIRO SANTOS disse:

    É profundamente lamentável que o sistema público no Brasil seja administrado por pessoas que privatizaram do Estado Brasileiro e fazem de tudo para que as empresas administram os recursos públicos. Ficar brigando com essa gente que tem qualidade como é o caso de Fernando Bezerra Coelho não vai ajudar a população. Os governos todos eles são feitos de conveniência econômica. Ninguém, eu disse ninguém está interessado em defender o interesse coletivo, há não ser que esse interesse traga bastante dinheiro para as empresas que são ligadas a esses mandatários.

    A bem da verdade, o que assistimos aqui em Petrolina é um show de inadimplência por parte dos pequenos produtores ou seja os colonos dos NÚcleios Irrigados do Senador Nilo Coelho com dificuldade de pagamento dos k-1 ou seja a água que serve para irrigar as plantações. E nada é feito para ajudar a esse povo que precisa de apoio do governo por gerar riqueza na nossa região.

    Fico imaginando o valor da água que vai irrigar as plantações naquelas regiões. Ficamos a pouco KM de distância do Rio São Francisco e o preço inviabiliza os agricultores de ganhar dinheiro, imagine a 300 km de distância. O governo só sabe explorar a população com impostos, ou seja muitos impostos, que deixa a população sem poder de compra. Nos primeiros anos, vão ter muita facilidade e depois quando os pequenos agricultores não poderem pagar A EMPRESA PRIVADA VEM TOMA TUDO DE VOLTA.

    BEM PENSADO FBC – O POVO POBRE NÃO PODE PROSPERAR.

    PARA NÃO RESTAR DÚVIDA DEVERIA COLOCAR EM DISCUSSÃO COM A POPULAÇÃO ESSE TIPO DE AÇÃO.

  2. Amaral disse:

    Que piada. quem vai querer gerir esse elefante branco?

  3. Galdino Neto disse:

    O que Deomiro falou é prudente. Para ilustrar bem esse choque entre o interesse público e o privado, vamos até a crise da Grécia, ela mostra que o ser humano, independente de nacionalidade, não generalizando, naturalmente, desde tempos pré-históricos sempre teve como pauta fundamental a defesa de seu próprio quintal. É até natural,mas o problema é quando esse interesse privado ultrapassa os limites e invade e/ou destrói o interesse público. Entrevista da Folha de São Paulo (jornal do qual não sou muito fã, mas aqui e ali tem seu lado positivo, na minha opinião), ao economista chileno Gabriel Palma, à disposição no link http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1002821-europa-impoe-neocolonialismo-a-grecia-diz-economista.shtml , me surpreendeu positivamente, pois vejo nos economistas uma tendência quase que partidária de defesa incondicional dos mercados, mesmo que em detrimento do bem-estar social. Para não se estender demais ocupando este espaço, colocarei alguns pontos interessantes que podem servir de exemplo a nós brasileiros na condução da nossa consciência cidadã. Vejam:
    1. O economista diz que que ocorreu na Europa muitas vezes ocorreu aqui na América Latina (inclua-se Brasil). Foi criada uma crise e os que pagam pela crise são outros, não quem realmente deu origem a ela. Quer dizer, o lucro é privado mas o prejuízo é social.
    2. O economista falou da proposta de consulta à população grega sobre a resolução aos problemas da crise, que foi rapidamente descartado, não pela população, mas pela pressão dos conglomerados financeiros, e diz: “Quando se passam perdas privadas para o setor publico tem que perguntar às pessoas que vão pagar. Os setores financeiros têm a maior parte desses governos no bolso. Ninguém quer a democracia. Ninguém quer o que houve na Islândia (Na Islândia houve dois plebiscitos sobre a socialização das perdas. Se se faz um plebiscito o mais provável é que se diga não). Papandreou estava fazendo algo que era necessário, mas mal feito”. Seguindo o raciocínio de Gabriel, cinco conglomerados financeiros decidem a vida de 11 milhões de gregos, desempregados, jogados no alcoolismo, nas ruas, sem casa, sem comida, sem escola, crianças desamparadas. Pelo jeito, os cinco CEO`s dos bancos foram os únicos eleitores capacitados a votar. Será que no Brasil tem algo parecido? A nossa política dos juros mais altos do mundo não tem um dedinho de pressão de banqueiro? Quem lucra com os juros? Quem perde?
    3. Ele diz que a ameaça da França e da Alemanha contra o plebiscito deixam a Grécia numa situação que ele chama de neocolonialismo. A União Europeia, tão elogiada e bajulada pela mídia mercantil, agora começa a mostrar as suas falhas que tentou esconder por anos. Quando se coloca os valores econômicos acima das pessoas, quando se transforma nações em mercados e cidadãos em meros consumidores (Consumo, logo existo), acende-se um pavio de uma bomba que mais cedo ou mais tarde explodirá. A irresponsabilidade, a ganância e a desumanidade das políticas econômicas, voltadas para a economia fictícia e desrespeitando a economia real, gerou esse prejuízo, que será pago por aqueles que não tem nada a ver com esse jogo de cassino das Bolsas de Valores: O trabalhador assalariado, que produz bens reais para serem utilizados pela sociedade. Resultado: O Governo grego agora corta os gastos de educação, saúde, habitação, desemprega…que paguem os que não têm responsabilidade pela crise. No Brasil foram cortados 50 bilhões de reais dos serviços públicos, sem nenhum brasileiro ter colocado um dedo nessa crise que nem aqui foi gerada. Pagamos pelos erros de estrangeiros que nem elegemos.
    5. Por causa da proposta de plebiscito, o Primeiro-Ministro grego caiu ante um Parlamento refém dos interesses mercadológicos. Para Gabriel, a queda de Papandreou é uma vitória do mercado financeiro. O economista diz: “Hoje os mercados financeiros e as grandes corporações têm o poder de trocar governos, trocar primeiros-ministros. Isso é o fundamental da falta de democracia…”
    4. Ele fala que quem segura a onda é a China. Tem a maior reserva financeira do mundo. Desse modo, EUA e Europa, os mandões do mundo, perderão a pose e precisarão beijar a mão dos chineses e bater continência para seus generais comunistas. É o capitalismo ultraneoliberal se rendendo ao socialismo de mercado.
    5. Sobre os juros brasileiros, Gabriel diz que “é uma situação de monetarismo do século 19” e que “não tem nenhum sentido o câmbio nem a taxa de juros” e disse mais, disse que ” o Brasil deveria estar defendendo a sua capacidade produtiva doméstica. Mas com esse câmbio e com essa taxa de juros, estão destruindo a indústria manufatureira brasileira e diz que essa destruição da economia produtiva por causa dos juros é “vandalismo econômico”… (Será que ele disse que estamos atrasados???)… E cita que o BNDES exerce um papel mais importante que o Banco Central, por quê enquanto o BNDES investe na produção, o Banco Central dificulta esses investimentos jogando os juros nas nuvens. Para lerem mais, siga a página mencionada acima.

    Caro Deomiro, acho que vale a pena refletir um pouco no pensamento desse economista, uma ilha, uma raridade no meio de economistas bajuladores do grande capital especulativo. Quando você falou em interesses, lembrei-me da leitura da matéria, que serve de exemplo a nós, brasileiros, para não cairmos nos mesmos erros dos europeus e americanos, deixando as rédeas do mercado soltas demais e deu no que deu. O pior é que quem paga a conta somos nós. Assim é bom demais investir nas bolsas de valores. Então, Deomiro, o povo elege cidadãos para representá-lo, para cuidar de pessoas, não das finanças e interesses de grupos que parasitam o mundo desde que o dinheiro foi inventado.

    Abraços.

  4. Huseyin Miranda Sipahi disse:

    Que técnicos participaram da elaboração da proposta? Ela não deveria ser submetida a audiência pública antes de ser aprovada pela Casa Civil?

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