Famílias da Vila Chocolate relatam clima “desesperador” e seguem luta para sensibilizar autoridades

por Carlos Britto // 21 de janeiro de 2016 às 12:32

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Um dia após irem às ruas de Petrolina para protestar, famílias da Vila Chocolate, na zona oeste da cidade, não escondem o desespero diante da ordem de reintegração de posse que deve ser cumprida no próximo dia 16 de fevereiro, o que deve deixar vários moradores desabrigados.

Em entrevista à rádio Jornal na manhã de hoje (21), a comunitária Marilene Pereira relatou sua aflição e voltou a dizer que montará barraca em frente à prefeitura, caso perca sua moradia. “É um momento desesperador e de sofrimento. Se eu sair de lá eu vou fazer um barraco de lona em frente à prefeitura, porque eu não tenho para onde ir. Só pedimos que Deus toque no coração do juiz e do prefeito. Ele [prefeito] disse que não pode fazer nada, mas ele pode fazer sim”, desabafa.

Outra comunitária, Selma Pinto, também apela à sensibilidade das autoridades e fala do sofrimento das famílias. “Até o momento não temos nenhuma notícia boa. Estamos implorando que alguém nos ajude. Na Vila Chocolate tem gente que passou fome para poder construir seus barracos e agora vão ignorar isso e passar o trator por cima de nossas casas”, relata.

Mas para o representante da Central Única dos Bairros de Petrolina (Cubape), Pedro Caldas, é preciso cautela. Segundo ele, ainda não existe uma sentença sobre a reintegração de posse. O que há na verdade seria apenas uma liminar, que atinge diretamente 15 pessoas, e não a maioria dos moradores.

Estivemos com um advogado e o que estamos sabendo é que na verdade ainda não foi dada uma sentença. O que existe mesmo é uma liminar de reintegração, e esta liminar não atinge todas as famílias, e sim 15 pessoas. Então esta ação de reintegração que vai acontecer no dia 16 de fevereiro não vai  atingir todas as famílias, e sim estas 15 que estão citadas na liminar. Quando a Polícia for cumprir a ação, vai ter que atingir apenas estas 15 famílias”, disse Caldas.

Famílias da Vila Chocolate relatam clima “desesperador” e seguem luta para sensibilizar autoridades

  1. rui2 disse:

    a terra tem dono,o dono tem escritura ,o moradores atual tem escritura ou aforamento quem não tiver não é dono o resto se chama grilagem patrocinada por uma pessoa que induz as pessoas a invadirem e depois fica vendendo coisa de ladrão. lei lei justiça.

  2. josefa silva disse:

    Exatamente. Construíram onde não são donos. Vão ter de sair. Infelizmente. Ninguém tem terra pra perder. O povo tem de ter cautela e saber das consequências pra construir invadindo terras dos outros.

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