Ser diagnosticado como paciente com câncer representava, há bem pouco tempo, praticamente um atestado de óbito para quem precisava enfrentar essa realidade. Mas as coisas mudaram. Os avanços da Medicina colaboraram para reverter a situação. E não só isso: a conscientização de que detectar a doença no seu início – aliada a muita força de vontade – é fundamental para garantir as chances de cura. Uma exposição no River Shopping, aberta de amanhã (24) até domingo (27), pretende levar exemplos de pessoas que superaram a doença exatamente dessa forma.

Com produção do fotógrafo petrolinense Raphael Benevides, a mostra ficará das 10h às 22h (horário de funcionamento do shopping) no espaço central da praça de alimentação e reúne 30 fotos de pacientes tratados no Centro de Oncologia Dr.Giuseppe Muccini (Ceonco), os quais venceram sua luta contra a doença. O evento, que acontece pela primeira vez na cidade, servirá para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer – no domingo.

Segundo o oncologista Danilo Silva Lima (foto), o objetivo da exposição é mostrar essas pessoas inseridas em sua rotina normal de atividades depois de terem sido submetidas ao tratamento. A ideia é também desmistificar os preconceitos que ainda existem em torno do câncer.

Danilo, que há dois anos trabalha no Ceonco depois de se especializar no Rio de Janeiro e atuar em Salvador e Recife, não esconde a empolgação com a evolução no tratamento contra a doença. Nos últimos dez anos, revela, os novos medicamentos ajudaram a declinar a taxa de mortalidade de pacientes com câncer em países desenvolvidos. Por aqui, embora em estatísticas mais tímidas, também há números positivos. Nos últimos cinco anos, o Ceonco registrou uma diminuição nos óbitos.

“O tratamento mudou. Quem precisa fazer quimioterapia, vai para a quimio. Quem precisa de radioterapia, vai para radioterapia. Além disso, a conscientização do paciente em descobrir o diagnóstico mais cedo ajuda“, explica.

Parceria

Em relação ao Ceonco, se os pacientes ainda precisam buscar a radioterapia nos grandes centros porque a unidade não dispõe do serviço, um outro ponto compensa esse esforço. Danilo conta que os demais tratamentos feitos por lá não ficam atrás de nenhuma capital do país, até porque são universalizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Também existe um diferencial: quando é diagnosticado com a doença, o paciente do Ceonco recebe um tratamento humanizado, que inclui desde informações sobre os direitos dele e da família ao INSS, passando pelo acompanhamento de uma equipe formada por psicológo, enfermeiro, nutricionista e assistente social. Também tem direito a acompanhamento domiciliar (no caso daqueles com dificuldade em se locomover). E, graças a um projeto chamado “Farmácia da Dor”, recebe gratuitamente medicamentos caros se tivesse que pagar por eles. “Nas capitais esses medicamentos não são doados”, informa Danilo.

Funcionando desde 1998, o Ceonco implantou recentemente o serviço de oncologia pediátrica. Com todo esse trabalho, aliado a campanhas promovidas pela Apami e Movimento de Combate ao Cãncer (MCC), a unidade tem recebido pacientes até de outros estados como Bahia, Piauí, Ceará e Sergipe. “Contamos com uma equipe de dez profissionais, entre oncologistas, cirurgião, hematologista e geriatras. E no ano que vem devemos receber mais um oncologista”, explica Danilo.

Além disso, a unidade firmou parceria com a Univasf, na qual alunos de medicina da universidade passaram a estagiar no Ceonco. Eles inclusive devem participar da exposição dando orientações ao público. Para dezembro as duas instituições devem anunciar outro convênio referente a troca de conhecimentos sobre o câncer.