Ex vice-prefeito de Juazeiro ressalta viabilidade econômica do café na região e lamenta falta de interesse

por Carlos Britto // 24 de setembro de 2011 às 21:38

O ex vice-prefeito de Juazeiro e engenheiro agrônomo, Antonio Carlos Chaves (foto), explica, neste artigo abaixo, a viabilidade econômica da cultura do café na região do São Francisco, mas lamenta a falta de vontade política para concretizar esse projeto.

Confiram:

Em uma visita que fiz em 1995 ao município de Jaguarari, percebi a existência de pés de café numa gleba de terra em frente à roça do meu pai ANTONIO EVARISTO CHAVES. Em conversas com algumas pessoas fiquei sabendo que na Serra dos Morgados, onde existe altitude de até 1.000 metros, tinha também um plantio de café em condição rudimentar e, constatada a existência do cafezal, achei que deveria fazer um experimento de café. Para consecução do meu objetivo procurei o Pesquisador da EMBRAPA, Dr JOSÉ MARIA PINTO, que me forneceu todos os parâmetros para definição da espécie e variedade do café.

Baseado em condições climáticas,de solo e de altitude, foi escolhido o café arábica da variedade CATUAÍ. Como houvera uma diminuição da pluviosidade na região, resolvemos suprir o déficit hídrico através da irrigação e o método utilizado foi de micro-aspersão e posteriormente gotejamento na variedade ACAUÂ. Tivemos também a preocupação de fazer a análise química da água usada na irrigação para evitar a salinização do solo.

Para surpresa nossa, a qualidade da água é semelhante à do Rio São Francisco, que é C1S1, e de Jaguarari, C2S1.Antes de iniciarmos o plantio visitamos as regiões de Morro do Chapéu e Bonito, que são grandes produtoras de café arábica. Percebemos muitas semelhanças de solos,clima, temperatura e altitude e por isso já voltamos com mudas produzidas por viveiros certificados junto Ministério da Agricultura.

Em 06 de junho de l995 iniciamos o experimento do café com a variedade arábica CATUAÍ, com o sistema de irrigação por aspersão e posteriormente a variedade ACAUÃ por gotejamento. Conseguimos alta produtividade e café ‘bebida dura’, que significa café de qualidade. O Banco do Nordeste acompanhou o experimento através da técnica Sara e me forneceu documento de zoneamento agrícola relacionando 16 municípios da região de Senhor de Bonfim aptos a receberem financiamento para cultura do café arábica irrigado.

Já terminamos o experimento depois de seis anos, onde gastamos mais de R$ 30 mil de recursos próprios. Nossa pretensão era transferir este experimento para EMBRAPA com recursos da CODEVASF através do convênio existente entre estas instituições, que diz respeito à diversificação de culturas do Vale do São Francisco. Por falta de vontade política dos dirigentes das duas instituições na região, não logramos êxito.

Antonio Carlos Chaves/Engº Agrônomo

Ex vice-prefeito de Juazeiro ressalta viabilidade econômica do café na região e lamenta falta de interesse

  1. malan calazans disse:

    Bravo lutador, a politica cafeeira é muito complexa e na vida vale resultados e estes a região não os têm em relação a esta rubiácea. Continue na luta…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários

  1. Obrigada Carlos por lembrar ao povo dessa cidade, que o que ela é hoje deve a pessoas ilustres como esses…