Ex-vice-prefeito de Afrânio (PE) lamenta fechamento de cooperativa e diz que gado é vendido a “preço de banana podre”

por Carlos Britto // 17 de março de 2013 às 10:29

O ex-vice-prefeito de Afrânio (PE), Osvaldo Cavalcanti, mostrou-se indignado diante da grande desvalorização do gado da região. Ele não só lamenta os estragos provocados pela seca, como também critica a ausência de mecanismos que possibilitem a comercialização justa do rebanho que, segundo ele, estaria sendo vendido “a preço de banana podre no fim da feira”

Acompanhem o desabafo:

O Município de Afrânio era o terceiro maior criador de ovinos, o décimo sétimo criador de caprinos do Estado de Pernambuco, possuidor de uma bacia leiteira com uma produção diária em torno de 25.000 litros de leite/dia, e hoje talvez com uma produção de 5.000 litros/dia com um rebanho de bovinos em torno de 26.000 cabeças em sua maioria gado leiteiro, e hoje o que vemos é um desastre natural que é a seca destruindo a tudo e a todos.

Sabemos e somos muito gratos aos Governos Municipal, Estadual e Federal tentando ajudar no que é possível, mais somos conhecedores também que mais de dez milhões de nordestinos do semiárido estão no mesmo barco. Sou um pequeno agricultor e o que vemos, falo de Afrânio porque estou convivendo dia a dia com os agricultores, é que praticamente todos estão endividados tanto nos bancos quanto no comércio local sem ter nenhuma alternativa a mais a não ser vender se isso podemos chamar de vendas aos aproveitadores da miséria dos outros, gado sendo vendido a preços de banana podre em fim de feira.

´É doido o que estamos vendo, nosso rebanho bovino sendo vendido para os Estados do Maranhão e Pará por preços irrisórios de 100,00, 150,00 por cabeça. Que deus esteja do nosso lado e possa fazer alguma coisa.

Osvaldo Cavalcanti

Ex-vice-prefeito de Afrânio (PE) lamenta fechamento de cooperativa e diz que gado é vendido a “preço de banana podre”

  1. Luiz Flavio Cavalcanti disse:

    A situação da região nordeste é lamentavel, a realidade descrito pelo Sr Osvaldo mostra como as politicas publicas ainda não são suficientes para a convivência com a seca. Sabemos que a seca iria se prolongar, mas que ações foram realizadas de forma preventiva, entrentanto, observamos ações de carater emergencial. Acredito que na situação emergencial deveria existir isenção de tributos para produtos destinados a alimentação animal e humana para os atingidos pela seca, como por exemplo o milho com preços exorbitantes para quem estar numa situação de risco para alimentação.

    Luiz Flavio Cavalcanti
    Eng Agronomo

  2. João Batista Cavalcanti Ramos disse:

    Corroboro com que Osvaldo colocou e digo mais: todos sabem que a bacia leiteira de Afrânio é responsável pela sustentabilidade de muitas famílias na região. A atividade leiteira, apesar de silagens,capim buffel e muitos anos de experiência dos produtores,não resistiu a dois anos consecutivos de estiagem e ainda mais agravando com o problema da palma, que foi toda dizimada pela cochonila do carmim.
    É preciso que o Governo(Estadual ou Federal ) crie um programa,subsidiado,de recuperação e reposição de matrizes de cada cadeia produtiva: bovina, caprina e ovino, baseado no recadastramento feito na ADAGRO no ano de 2011. Acredito que, se um novo recadastramento(controle Aftosa) fosse feito agora,com certeza o plantel de todos criadores juntos,estará reduzido a menos de 50% em relação a ultima notificação do referido órgão.
    Para salvar o que ainda existe e a curtíssimo prazo, só tem uma solução: o governo tem que priorizar esta região, e sem custo fazer contingência de parte da super produção de grãos em outros estados do sul e sudeste do país,tão falada pela Presidente, para cá.

  3. Ricardo Medeiros disse:

    Seu Osvaldo, o pior de tudo é que quando esta seca passar, vai continuar tudo na mesma coisa, se o senhor e os outros leitores pararem para verificar, estes depoimentos são os mesmos de estiagens passadas.
    É só dar uma olhada em jornais antigos e ver a lamuria do sertanejo.
    Sai Governo entra Governo e ninguém toma uma providencia.
    Eita mulesta dos cachorros!!!

  4. Ailton Negreiro disse:

    Compartilho o testemunho ocular da situação relatada pelo Sr Osvaldo, infelizmente a única solução é a água cair das nuvens, porque, os administradores do povo não têem competência para amenizar a problemática da seca. sabemos que a solução é praticamente impossível, mas existem mecanismos inteligentes que podem amenizar a situação vivida hoje por milhares de sertanejos que imploram pelo líquido precioso.

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