Responsáveis por filtrar as impurezas presentes nas águas do Rio São Francisco, as baronesas possuem uma faceta pouco conhecida dos petrolinenses. Quem explica isso é a professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Carol Tonizza. Doutora em plantas aquáticas, ela explicou ao Blog que o termo ‘baronesa’ é utilizado por leigos para definir essa espécie. Mas, segundo ela, não é bem assim.
“Contabilizamos pelo menos 20 espécies diferentes, cada uma com seu ciclo de vida e características específicas. São plantas macrófitas aquáticas, com grande diversidade”, revela Dra.Carol. Ela conta que essas plantas desempenham um papel complexo no ecossistema da região, com impactos positivos e negativos.
“Elas desempenham um papel de limpeza no ambiente, mas também apresentam um ciclo. Inicialmente, as plantas absorvem nutrientes e, com o tempo, envelhecem e morrem. Mas ao se decompor, liberam novamente esses nutrientes na água”, explica. A vida útil de tais plantas varia conforme a espécie. Algumas têm ciclos muito curtos, de cerca de 15 dias, mas produzem sementes. Isso significa que, mesmo que se removam as plantas adultas, haverá um banco de sementes no rio, garantindo a continuidade do ciclo por um período de, pelo menos, 10 anos, mesmo que se reduza a entrada de poluentes.
Apesar de indicarem um grau de poluição no rio, as plantas aquáticas não prejudicam os peixes nem quaisquer seres vivos – incluindo humanos. Elas servem como abrigo para os peixes, protegendo-os de predadores durante seu crescimento. “O problema central é que elas indicam a presença de poluição, ou seja, de um excesso de nutrientes, como nitrogênio e fósforo”, afirmou a especialista.
Juazeiro
Uma questão intrigante em relação às espécies aquáticas é o fato de que, na cidade vizinha de Juazeiro (BA), não há registro de baronesas, o que poderia sugerir que não há poluição do lado baiano do rio. No entanto, Dra.Carol informa que as plantas aquáticas tendem a se concentrar em águas mais paradas e de maior profundidade – caso de Petrolina, por exemplo. “Mas, de modo geral, estudos indicam que o Juazeiro apresenta, em média, menores níveis de fósforo total na água, um indicador de poluição”.
Adubo orgânico
Um destino viável dessas espécies estaria na possibilidade de serem transformadas em adubo orgânico para os animais. Dra.Carol diz que existem pesquisas analisando essa questão, mas é necessário cautela. “As plantas absorvem nitrogênio e fósforo, mas também podem reter metais pesados e resíduos de agrotóxicos. É fundamental aprofundar as pesquisas para avaliar a composição da biomassa e determinar a segurança de seu uso. Além disso, é importante considerar o risco das cianobactérias, que podem produzir cianotoxinas prejudiciais”, destaca.
Alerta
É exatamente em relação às cianobactérias que a especialista faz um alerta à comunidade, sobretudo àqueles que costumam frequentar o rio em áreas impróprias para o banho. “É importante estar atento aos riscos. Em caso de ferimentos, o contato com a água poluída pode aumentar o risco de infecções, especialmente por cianobactérias, que podem causar problemas de saúde graves, incluindo danos ao sistema nervoso”, finaliza. A entrevista com Dra.Carol pode ser conferida no Instagram @blogcarlosbritto.



Pode não eliminar totalmente as baronesa, mas com certeza surtirá um efeito enorme, devendo o rio a partir da Ponte Presidente Dutra vamos encontrar o primeiro barramento d’água que é a rampa do hotem de trânsito do Exército, logo depois tem um PIER, construído para ancorar um restaurante flutuante e mais adiante outro barramento feito para se instalar uma casa de bombas do antigo Matadouro de Petrolina. Entao? retirem esses barramentos e as baronesa desaparecerão, simples assim.
Corrigindo, decendo o Rio…
E qdo será q Petrolina vai deixar de despejar esgoto no rio, desses predios da orla? Vergonha.
O principal ponto é que continuam jogando esgoto no Rio. Como aceitam isso?