Esbanjando fôlego de menino, Genival Lacerda concede entrevista ao Blog e anuncia nova turnê pós-Carnaval

por Carlos Britto // 04 de janeiro de 2016 às 21:00

Joao e Genival Lacerda

Fazer música no Brasil definitivamente não é uma tarefa fácil. Pelo menos não para quem preza a música de essência. Mas Genival Lacerda vem conseguindo esse feito ao longo de 66 anos de carreira e quase 85 de idade. Um dos precursores do forró de duplo sentido, o cantor de clássicos como “Severina Xique-Xique”, “De quem é esse jegue” e “Radinho de Pilha” está esbanjando energia.

Em fevereiro, após o Carnaval, ele dará início à sua turnê 2016 para divulgar mais um trabalho, intitulado “Todas as Caras”. Produzido pelo seu filho, João Lacerda, o CD na verdade é praticamente um tributo aos grandes nomes da música nordestina com quem Genival teve o privilégio de conviver.

No total são 37 canções, oito delas releituras de Luiz Gonzaga, quatro de Jackson do Pandeiro, além das mais conhecidas do próprio Genival (que, aliás, são maioria). A única inédita, “Me dê seu wi fi”, foi justamente escrita por João Lacerda, em parceria com Nerilson Buscapé, e trata de forma bem humorada – a marca de Genival – sobre os adventos do mundo tecnológico que dominam a humanidade nos tempos atuais.

“Os xotes, xaxados, tudo isso está no disco”, diz Genival, exaltando a característica que o tornou uma das referências da música nordestina em todo o território nacional. “Não posso fugir disso”, afirmou, em entrevista a este Blog.

DVD

Fiel escudeiro de Genival, o músico João Lacerda – que também está de trabalho novo, intitulado “20 Mais” – está à frente da agenda do pai. Ele explica que a nova turnê de Genival vai culminar com um novo projeto. “Estamos cuidando de um DVD dele, e a turnê já é o repertório desse DVD, que será gravado no Recife (PE)”, explica.

Além dos fãs da velha guarda, Genival consegue um alcance muito positivo entre os mais jovens. Parte desse sucesso ainda se deve ao seu prestígio na grande mídia do país, através da participação do músico em programas como os de Sílvio Santos e de Jô Soares. A outra parte pode ser atribuída simplesmente à admiração de cantores do naipe da baiana Ivete Sangalo, que fez um dueto com ele em 2010 em “O Chevette da Ivete” (um trocadilho de “O Chevette da Menina) ou do grupo de rock Camisa de Vênus, na época do vocalista Marcelo Nova, que regravou “Radinho de Pilha”. “Marcelo disse que é meu fã”, afirma Genival, orgulhoso.

Mágoa

Mas nem tudo é alegria para esse paraibano de Campina Grande. Com raízes em Petrolina, já que tem familiares por aqui, Genival não esconde uma certa mágoa por ser preterido pela cidade que adora. Para se ter uma ideia, a última apresentação do forrozeiro em terras petrolinenses foi há 20 anos. De lá para cá, ninguém o convidou para eventos na cidade, sobretudo no ciclo junino. “Sempre divulgo Petrolina por onde ando. Eu só queria entender o porquê de não me chamarem para fazer shows”, lamenta.

Nem tudo, porém, está perdido que não possa ser reparado. João Lacerda informou ao Blog que Genival está prestes a retornar à cidade para um show na Casa de Zé Matuto. Os detalhes, segundo ele, já estão sendo acertados com o proprietário do estabelecimento, Ellisson Castro, líder do Forró Pega Leve.

Esbanjando fôlego de menino, Genival Lacerda concede entrevista ao Blog e anuncia nova turnê pós-Carnaval

  1. Vittorio Rodrigues disse:

    È INJUSTIÇA MESMO GENGIVAL, VC TÁ CERTO EM QUERER SABER O POR QUÊ…

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Últimos Comentários

  1. Era tão articulado que foi eleito sem voto pelos militares. Não ganhou por mérito próprio, foi imposto.