O empresário petrolinense Luiz Eduardo Viana Coelho, através deste e-mail enviado ao Blog, deixa claro sua decepção com a destituição da equipe integrante da Embrapa Monitoramento por Satélite e o fim da autonomia da área de Gestão Territorial Estratégica (GTE).
Segundo ele, essa decisão tomada pelo chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite “é estapafúdia”, pois o setor é responsável por fornecimentos de dados exclusivos e fundamentais aos órgãos da Presidência da República e ao gabinete do ministro da Agricultura.
Confiram:
Grande parte dos brasileiros tem conhecimento dos enormes desafios de gestão territorial enfrentados pelo País e suas consequências. Trágicas em muitos casos, como na ocupação urbana irregular em áreas de risco ou nas dificuldades de controle das fronteiras, por onde são introduzidas ilegalmente desde drogas e armas até enfermidades, como a febre aftosa, que podem abalar setores da economia nacional.
O que poucos sabem é que, há mais de 20 anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) criou uma equipe técnica altamente qualificada para monitorar por satélite todo o território nacional. Instalada em Campinas, dispondo de equipamentos sofisticados e com atuação competente e discreta, a área de Gestão Territorial Estratégica (GTE) da Embrapa Monitoramento por Satélite permitiu o fornecimento constante de dados exclusivos, inéditos e fundamentais aos órgãos da Presidência da República e ao gabinete do ministro da Agricultura.
Dentre eles cabe destacar: o monitoramento mensal por satélite de centenas de obras do PAC em todo o País; a qualificação de infraestruturas críticas nas áreas de comunicação, energia e logística; o mapeamento e a quantificação das áreas urbanizadas nos municípios e no entorno dos novos estádios onde ocorrerão os jogos da Copa do Mundo de 2014; o desenvolvimento de sistemas operacionais de detecção precoce de problemas na faixa de fronteira; a geração de informações estatísticas sobre a dinâmica da produção agrícola; e a expansão da agronergia e do etanol, entre outros.
A GTE apoia os trabalhos do contingente brasileiro na Missão de Pacificação da ONU no Haiti com imagens de satélite, essenciais para a ajuda após as inundações de 2004 e o terremoto de 2010. Suas imagens de alta resolução ainda serviram para apoiar as operações de pacificação nas favelas do Rio de Janeiro, como em Manguinhos e no Morro do Alemão. Essas atividades de sensoriamento têm auxiliado os presidentes da República – de José Sarney a Dilma Rousseff – e os ministros da Agricultura em complicados processos de tomada de decisões.
Com o crescimento do País e de sua agricultura, e diante da constante necessidade de defender os interesses nacionais, aquelas autoridades não podem prescindir de dados e informações territoriais dessa natureza. Era de esperar o fortalecimento da equipe da GTE e de sua autonomia operacional, pelos resultados alcançados durante o governo do presidente Lula. Mas não. Dizem os espanhóis que a ignorância é audaciosa. Talvez isso explique a recente decisão do chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite de destituir a equipe e desmantelar o seu comando e retirar a autonomia da área de Gestão Territorial Estratégica, sob pretexto de implantar um novo regimento interno, com o apoio tácito do presidente da Embrapa.
Essa decisão estapafúrdia de desmontar o serviço de gestão territorial estratégica – com consequências desastrosas para a agricultura e o monitoramento territorial do Brasil – foi denunciada no artigo. Perde a Embrapa, perde o Brasil, publicado neste jornal no último dia 15, pelo jornalista Rodrigo Lara Mesquita. A confirmação das informações divulgadas provocou forte reação dos usuários desse serviço no agronegócio, em organizações rurais, instituições governamentais e até do prefeito de Campinas, que se manifestaram junto ao Ministro da Agricultura e ao governo federal.
O ministro Rossi interveio com diligência e avocou para si as decisões neste caso, embora a direção da Embrapa se mantenha em uma atitude de insubordinação.
O futuro dessa equipe de excelência, instrumento estratégico do Ministério da Agricultura, interessa ao País, que só pode planejar e monitorar o manejo de seu vasto território se dispuser de informações seguras e oportunas. Nesse sentido, a continuidade do serviço de gestão territorial estratégica interessa não só ao Ministério da Agricultura, mas também ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, à Casa Civil, aos Ministérios do Planejamento, das Cidades e da Defesa. O interesse nacional está em jogo.
Luiz Eduardo Viana Coelho/empresário



eloquente e adequado.
luis eduardo esta certo!
a embrapa tem que ser preservada ante açoes descabidas.
e o maior orgao de pesquisa brasileiro.
respeitem as instituiçoes serias.
presado carlos ,agradeço publicaçao ,do artigo, do estadao, que te enviei,e me preocupa.sds,luiz eduardo.
muito boa a materia sobre a embrapa.
a familia dos coelhos esta certa.temos mesmo e que preservar as coisas dos tecnicos.sao eles que fazem acontecer boas tecnologias para nois utilizarmo.
meus parabems.
Área de gestão territorial não está sendo extinta
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, não está extinguindo a área de gestão territorial da Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas-SP), como sugerido em artigo publicado hoje, 15 de março, no jornal O Estado de S. Paulo.
A gestão territorial e a sustentabilidade da agricultura são a missão da Unidade, que continua desenvolvendo suas atividades e incrementando seus estudos e atuação estratégica em apoio ao Governo Federal e em benefício da sociedade brasileira. Grandes inovações vêm ocorrendo na agricultura brasileira com o uso de geoinformação e geotecnologias, um campo fértil do conhecimento que cresce rapidamente em todo o mundo.
Veja abaixo esclarecimento encaminhado ao autor do artigo.
“A Embrapa Monitoramento por Satélite tem fortalecido suas áreas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), Administração e Transferência de Tecnologia. Esse processo inclui a contratação e transferência de 17 colaboradores, desde o início de 2010, revertendo uma tendência de evasão de talentos que se verificava anteriormente. Em apenas um ano, a área de P&D ampliou em 35% seu quadro de pesquisadores e em 46% seus analistas. Na área de gestão territorial estratégica, não extinta ao contrário do que é afirmado no artigo, novos analistas e colaboradores ampliaram sua capacidade de ação, com base em sua competência em geotecnologias.
A formulação dos novos regimentos internos das Unidades Descentralizadas da Embrapa, entre eles o da Embrapa Monitoramento por Satélite, com base em orientações da Secretaria de Gestão Estratégica da empresa, tem norteado esse processo de fortalecimento da Unidade, sediada em Campinas. O novo regimento interno estruturou todas as áreas da Unidade, cujas atividades continuam existindo e sendo incrementadas.
A área de gestão territorial estratégica, especificamente, criada em 2008, mantém e manterá suas atividades, atendendo a demandas do setor público e privado. Para 2011, estão previstas várias ações que contarão com a competência dos colaboradores dessa área e de toda a equipe de P&D, entre elas o Zoneamento Ecológico-Econômico do Maranhão, a Plataforma de Apoio à Inovação Agropecuária de Moçambique, o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental de Campinas e o atendimento ao Exército Brasileiro. Os produtos gerados a partir de imagens de satélite serão modernizados e continuarão a apoiar a Presidência da República e os Ministérios.
A Embrapa Monitoramento por Satélite tem ampliado, portanto, suas ações relacionadas ao planejamento e monitoramento territorial atendendo, como vem fazendo historicamente, e como ressaltado no artigo, ao Estado e à sociedade brasileira.
Quanto ao reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Unidade, salientamos que, em 2010, houve um aumento significativo do número e qualidade de projetos de pesquisa, publicações, participações em eventos técnico-científicos e parcerias nacionais e internacionais. Também a presença da Embrapa Monitoramento por Satélite na mídia tem evoluído em qualidade e estratégia de comunicação, sendo valorizada tanto pelo público interno da Embrapa quanto externo. Exemplos são reportagens de grande impacto, publicadas na revista Nature, no jornal O Estado de S. Paulo e em outras mídias especializadas, assim como em mídias regionais, nas quais o trabalho desenvolvido pela Unidade tem se destacado.
No último ano, a produção e a produtividade do Centro de Pesquisa tem aumentado significativamente. Importantes projetos para a agricultura, floresta e meio ambiente foram aprovados em 2010. Elevou-se em 100% o número de projetos em execução na Unidade. Como resultados dessas ações, já em 2010 o número de monitoramentos, zoneamentos, base de dados e metodologias teve um incremento de 150% (6 realizados em 2009 para 15 em 2010). A Unidade tem ainda intensificado seu apoio ao processo de internacionalização da Embrapa, por meio de inúmeras missões realizadas em outros países e projetos em parceria com instituições estrangeiras e governos.
No final de 2009, foram mantidas as atividades de atendimento aos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Planejamento, Orçamento e Gestão e à Presidência da República. Outros órgãos federais também foram atendidos, a exemplo do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério das Relações Exteriores, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Vários segmentos do setor produtivo também foram contemplados em ações da Embrapa Monitoramento por Satélite em 2010, por meio de articulações de atividades, por exemplo, com a Abiove, Unica, CNPC, Abiec, ABAG, entre outros.
É importante frisar ainda que todas as demandas e ações relacionadas ao projeto de monitoramento das obras do PAC foram executadas de forma a otimizar os recursos alocados. Todas as metas foram alcançadas conforme relatórios enviados para a Casa Civil.
Para valorizar o histórico de projetos executados pela Unidade, desde o dia 9 de fevereiro, a Embrapa Monitoramento por Satélite inaugurou em seu portal na internet (www.cnpm.embrapa.br) uma área dedicada à memória técnica das atividades da Unidade, denominada Acervo. A criação dessa área específica faz parte de um processo de melhorias contínuas, iniciado em 2010. Projetos com informações históricas do Município de Campinas, muitos deles fruto de trabalhos em parceria com a Prefeitura, estão totalmente disponíveis para qualquer usuário – como, por exemplo, os projetos “Inventário e caracterização da fauna de vertebrados de Campinas” (1993), ”Ecologia das aves das depressões inundáveis da APA de Sousas e Joaquim Egídio” (2001) e “Subsídios para Elaboração e Implantação da Agenda 21 do Município de Campinas” (2003), entre outros. Muitos usuários desses websites já vinham sendo orientados sobre essas mudanças por intermédio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Unidade. A criação dessa nova área foi recentemente divulgada pela Unidade, inclusive com notícia publicada no Portal da Embrapa Monitoramento por Satélite.
A sinergia com a Prefeitura de Campinas intensificou-se em 2010, destacando atividades desenvolvidas com professores da rede municipal de ensino, na produção conjunta de materiais didáticos que reforçam a importância do setor agropecuário para a sociedade brasileira; participação ativa junto à Fundação Fórum Campinas – FFC formada por 11 instituições de pesquisa e desenvolvimento da região, apoio às atividades do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente – COMDEMA, que conta com dezenas de entidades do Município de Campinas, e parceria com a Secretaria Municipal de Cooperação Internacional.
Não há, como sugere o artigo, desmonte algum de áreas da Embrapa Monitoramento por Satélite e sim seu fortalecimento e a melhoria organizacional de núcleos, grupos e setores com base nas ações estruturantes da Diretoria-Executiva da Embrapa, que culminam nos novos regimentos internos das 46 unidades descentralizadas da Empresa, em um processo corporativo visando sua estruturação e modernização.
A Diretoria-Executiva da Embrapa tem trabalhado em profunda harmonia com o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, valorizando o papel da Empresa em suas atribuições estratégicas para o país e a sociedade. Os produtos e resultados de qualidade da Embrapa Monitoramento por Satélite, consolidada como um centro de excelência em pesquisas geoespaciais para a agricultura, são retratos de sua história e garantia de um futuro com amplas possibilidades para o Estado e a pesquisa agropecuária brasileira.”
Assessoria de Comunicação Social da Embrapa
Área de Comunicação da Embrapa Monitoramento por Satélite