Dando continuidade a sua agenda no Sertão do São Francisco, a governadora Raquel Lyra prometeu novos tempos para o setor de água e esgotamento sanitário em Pernambuco em até cinco anos. Numa entrevista coletiva agora pela manhã, num hotel de Petrolina, a gestora disse que “não irá descansar” até resolver essa questão no Estado.

“Os próximo quatro, cinco anos que virão pela frente serão extraordinários para Pernambuco. A gente vai ter uma mudança substancial em tratamento de esgoto e acesso à água. Vamos acabar com essa história do povo de Pernambuco não ter água na torneira, nem sequer ter torneira em casa”, afirmou.

Raquel adiantou que nenhum lugar do Estado ficará desabastecido. Segundo a governadora, para localidades com menos de mil habitantes, haverá sistemas simplificados de abastecimento, e acima de mil habitantes a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) atuará diretamente.

De frente para o Rio São Francisco, Raquel fez uma promessa veementemente: “pra quem é de Petrolina é vê a água como a gente está vendo agora, mas não vê água na torneira, eu não vou descansar enquanto esse problema da água não estiver resolvido”.

PPP

Ela citou ainda investimentos em modernização do sistema, a exemplo da troca das redes em amianto (instaladas desde a década de 60) por materiais em PVC, que são mais resistentes, e a implantação de uma adutora para os municípios de Afrânio e Dormentes, orçada em R$ 300 milhões. A governadora também não esqueceu os perímetros irrigados de Petrolina, que até hoje não recebem água tratada, mas passarão a ter. Tudo isso virá, segundo Raquel, de uma Parceria Público-Privada (PPP), que já foi sacramentada.

Críticas

Raquel aproveitou, ainda, para criticar indiretamente as gestões passadas ao afirmar que o sistema de abastecimento não colapsou durante seu governo. Ele lembrou que Pernambuco, até então, tinha o segundo pior racionamento de água no país. Para mudar esse quadro, ela disse ter tomado decisões cruciais para garantir a água como prioridade, a exemplo de recriar a Secretaria de Recursos Hídricos, profissionalizar a gestão da Compesa e organizar contratos da Companhia, e retomar obras paralisadas – além de criar o Programa Águas de Pernambuco, que alavancou a Adutora do Agreste e a de Negreiros (no Sertão do Araripe).

Sobre Petrolina, que tem a terceira maior população do Estado, a governadora lembrou que os investimentos no setor não acompanharam o crescimento da cidade nas últimas décadas. Ela revelou que Petrolina, se continuasse nesse cenário, entraria em colapso por falta de Estação de Tratamento de Água (ETA), porque a ETA que existia era para metade dos habitantes (hoje estimados em mais de 410 mil). “Estamos, agora, dobrando a capacidade de tratamento de água na cidade de Petrolina. O Plano de Saneamento aqui também não existia. Nós não chegamos aqui, e hoje colapsou (o sistema). Essa é uma realidade de Pernambuco como um todo. Já estava colapsando”, pontuou.