A informação de que o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) só sentará novamente à mesa com os integrantes do Movimento ‘O Vale Acordou’ depois que a Prefeitura de Petrolina for totalmente desocupada não agradou os manifestantes, que estão acampados na calçada do prédio há uma semana, na Avenida Guararapes, Centro da cidade.

Em nota publicada nas redes sociais, os integrantes do movimento deixam claro que não há indícios de vandalismo ou depredação do patrimônio público e afirmam que não entendem a “relutância” do gestor municipal.

O movimento critica a falta de diálogo da administração, a qual tem como slogan “as pessoas em primeiro lugar”. Eles ainda destacam que o grupo permanece à disposição do Executivo Municipal e das próprias empresas de ônibus para mais uma rodada de negociação.

Confiram a nota, na íntegra:

O Movimento O Vale Acordou vem, por meio desse comunicado, informar que o acampamento em frente à Prefeitura de Petrolina já dura mais de 150 horas e é composto por indivíduos de diversos setores da sociedade, dentre os quais citamos estudantes, trabalhadores e mães de família que, com atitudes pacíficas, buscam alcançar melhorias para o problema do transporte público e da mobilidade urbana em nossa cidade.

O movimento ressalta que em nenhum momento houve quaisquer indícios de vandalismo ou depredação ao patrimônio público. Nossa preocupação se estende ao zelo com o meio ambiente e pelo local onde estamos acampadas e acampados, fazendo a limpeza diária do espaço e a coleta do lixo produzido pelo movimento.

Tais atitudes que revelam o caráter de nosso movimento, aliadas a nossos pontos de reivindicações, acabaram por conquistar o apoio da população, que deposita em nossa luta a esperança de melhorias reais para a cidade, e não mais promessas.

Demonstramos em todas as nossas ações e práticas o desejo de estabelecer um diálogo aberto e franco entre o poder público, as empresas que detêm a exploração das linhas de transporte público em Petrolina e o Movimento O Vale Acordou.

No entanto, o prefeito insiste em dar como resposta à população o uso abusivo e desnecessário da força, fechando assim qualquer possibilidade de negociação. Ainda assim, estamos à disposição do poder público para construção de resoluções para os problemas que atingem há décadas a nossa cidade.

Desde o primeiro ato, é de conhecimento amplo a nossa pauta de reivindicações, construída a partir de muitos debates dentro da sociedade e ligada à temática da mobilidade urbana e do transporte público. Vemos nos olhos de cada trabalhador ou estudante – que mesmo impossibilitados de estarem fisicamente conosco, contribuem com palavras, gestos e doações – a motivação para seguir adiante com nossa luta, acreditando que ela não será em vão.

Por fim, não entendemos a relutância do nosso representante, o prefeito Júlio Lóssio, em conversar com o povo que o elegeu, especialmente quando este tem como slogan de governo “as pessoas em primeiro lugar”, abrindo espaço para o seguinte questionamento: se o prefeito não ouve o povo que usa o transporte público e conhece seus problemas, quem são essas pessoas que Júlio Lóssio coloca em primeiro lugar?

Movimento ‘O Vale Acordou’