Em clima de posse, o prefeito eleito de Curaçá (BA), Carlinhos Brandão participou de mais uma edição da tradicional e secular festa da ‘Marujada’. O ritual remonta ao período da escravidão, quando os escravos pediam aos seus senhores o direito de comemorar o dia do seu protetor, o santo São Benedito, o maior símbolo de identidade dos escravos e dos negros, no Nordeste.

“Como católico e como curaçaense, participar do maior evento católico da cidade é motivo de orgulho e de muita honra”, declarou.

Este ano, 250 marujos participaram do desfile. A faixa etária é variada, indo dos 79 até os 4 anos de idade. Não existe critério para inscrição. Para o padre Neno, um filho da terra que mora em São Paulo e há quatro anos participa do desfile, a marujada representa a liberdade.

Misticismo

A festa começa cedo, às 6h, quando os marujos desembarcam na cidade, vindos de barcos pelo Rio São Francisco, entoando cânticos, acompanhados por violões, pandeiros e zambumbas. Na chegada ao porto de Curaçá são recebidos com fogos de artifícios e por uma multidão que acompanha o percurso durante todo o dia.

A cidade vive um dia místico contagiado pela energia dos marujos, que num ritmo comandado pelos tambores, marcam uma coreografia diferenciada, numa combinação de alegria, espontaneidade, história e crença. “Para mim esse é um grande dia, vivo essa festa com muita intensidade”, comemora Antônio Thomaz Rodrigues, 79, descendente de escravos. (Fotos/divulgação)