Do líder governista na Câmara de Vereadores de Petrolina, Dr.Pérsio Antunes (PMDB), costuma-se esperar sempre palavras de defesa em prol da atual administração municipal. Mas desta vez foi diferente. Demonstrando certo aborrecimento, Dr.Pérsio exigiu explicações da secretária de Saúde, Lúcia Giesta, acerca dos motivos que estão levando o Hospital de Urgências e Traumas (HUT) a suspender as cirurgias cardíacas.

Segundo o vereador, a responsabilidade pela realização dessas cirurgias é dos governos federal e estadual, por se tratar de um procedimento de alta complexidade. Mas cabe ao município prestar esclarecimentos sobre o porquê do serviço estar sendo suspenso, já que Petrolina é credenciada para realizar as cirurgias. “Não justifica os pacientes ficarem meses no Hospital de Traumas para serem operados”, lamentou.

Procurando evitar polêmicas, Dr.Pérsio desconversou sobre o fato de só ter levado a questão ao plenário da Casa por estar com dificuldades em obter as informações de Lúcia em relação ao assunto.

“Vou levar esses assuntos ao plenário no momento em que achar conveniente, porque não sou somente o líder do prefeito. Sou também um vereador e cobro aquilo que a sociedade me cobra. Estou sendo cobrado (sobre a suspensão das cirurgias) e não posso me calar diante desse fato”, justificou Dr.Pérsio, lembrando que alguns cardiologistas do Traumas já comentaram com ele sobre o problema e lhe pediram providências.

Na berlinda

Perguntado se o prefeito Júlio Lóssio tinha conhecimento do assunto, o líder governista foi evasivo: “Não sei se a secretária (Lúcia) passa isso para ele. Acredito que sim”.

Dr.Pérsio justificou, no entanto, que apesar de ter uma relação estreita com Lóssio, não se trata de levar diretamente o assunto ao prefeito. “A questão é que, neste caso, os responsáveis pelos serviços que estão credenciados e a secretária de Saúde têm que explicar à sociedade de quem é a culpa. Assim como a Compesa, que ficaram a vida inteira que (a culpa) era do município e hoje já se sabe que a Compesa é do estado”, frisou.

O vereador tentou isentar a secretária de qualquer responsabilidade, mas não conseguiu convencer completamente de que o trabalho de Lúcia ficou na berlinda. “A secretária faz aquilo que está dentro do planejamento do prefeito. Estamos cuidando da Atenção Básica, aprovamos projetos para venda dos terrenos onde seriam construídas as AMEs, mas em relação às cirurgias, que são responsabilidade do estado e da União, o município tem de saber por que não estão sendo feitas e nos dar essas explicações”, finalizou.

Por Antonio Carlos Miranda