O líder governista Dr.Pérsio Antunes (PMDB) voltou a negar qualquer conflito interno entre ele e o prefeito Júlio Lóssio (PMDB). O vereador, que foi repreendido publicamente pelo prefeito na semana passada, depois de ter cobrado explicações da secretária Lúcia Giesta (Saúde), na tribuna da Casa Plínio Amorim, acerca da suspensão de cirurgias cardíacas na rede pública de saúde, disse que sua relação com o gestor continua inabalável.

“Não faço fogo amigo. O meu fogo é o da verdade, o do trabalho e da responsabilidade”, disse ontem (13) à imprensa. Dr.Pérsio deixou claro que sua atitude em convocar a secretária Lúcia para prestar esclarecimentos sobre a questão tem a ver com seu papel de legislador, e não representou em momento algum uma afronta ao prefeito.

“Pode até ser que essa minha atitude vá refletir no Executivo Estadual ou Federal, porque alguém terá de dizer de quem é a responsabilidade do paciente ficar no Hospital (de Urgências) e Traumas um mês, dois meses, ocupando leito, gastando dinheiro público, porque não está sendo operado nos hospitais que têm o credenciamento para fazer a cirurgia”, avaliou.

O governista deixou transparecer que houve um desentendimento com o prefeito quando disse estar ciente de que o Traumas não realiza cirurgias cardíacas, e sim o Hospital Memorial (em Petrolina) e a Pró-Matre (em Juazeiro). Lóssio disse que o vereador havia “se equivocado” com a informação. No entanto, fez questão de minimizar a repercussão gerada pelo episódio. “Em nenhum momento eu critiquei o Governo Júlio Lóssio, do qual sempre elogiei e faço parte”, destacou.

Desgaste

Dr.Pérsio não viu desgaste no fato de, por ser médico e amigo de Lóssio, poderia ter sido informado pelo gestor sobre as cirurgias cardíacas por meio de um simples telefonema. O vereador disse entender que o chefe do Executivo, muitas vezes, está com uma agenda repleta que dificulta a troca de informações entre os dois. Ressaltou ainda que, apesar de defender o governo, foi eleito com a ajuda de amigos, dos quais também precisa ouvir e por isso leva as cobranças ao plenário da Casa.

Deixando a entender que o fato está superado, o vereador garantiu não ter ficado arestas entre ele e Lóssio. O governista negou, ainda, ter se sentido desprestigiado pelo prefeito ao ser repreendido publicamente por ele. Além da questão das cirurgias cardíacas, Dr. Pérsio andou sugerindo ao prefeito uma troca no seu secretariado. Ouviu de Lóssio que as mudanças no seu governo quem fazia era ele próprio, e mais ninguém. “Jamais direi que não sou mais líder ou que estou rompido com ele. Tenho um projeto de quatro anos com o prefeito. Se fosse assim (sobre as críticas de Lóssio), Gonzaga Patriota já teria rompido com o governador, pelas suas últimas declarações (de ter chamado Eduardo Campos de “coronel”), ou Adalberto Cavalcanti, que disse que o governador não o tratava bem”, finalizou.

Por Antonio Carlos Miranda