A quinta fase da Operação Overclean revelou mais um episódio inusitado envolvendo o vereador Francisco Nascimento (PL), conhecido como Francisquinho, primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA). Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (17), a Polícia Federal encontrou maços de dinheiro escondidos dentro do sapato do vereador, em Campo Formoso, no norte da Bahia.

Segundo a PF, o parlamentar já havia protagonizado outra cena em dezembro do ano passado, quando jogou uma sacola com R$ 220 mil pela janela ao ser surpreendido pelos agentes. Agora, ele é investigado por integrar um suposto esquema de fraudes em licitações com verbas oriundas de emendas parlamentares destinadas por Elmar.

A operação, que contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB), cumpriu mandados em Petrolina (PE), Salvador (BA), Campo Formoso (BA), Senhor do Bonfim (BA), Mata de São João (BA) e Brasília (DF).

A investigação da Operação Overclean aponta o envolvimento da família do deputado federal Elmar Nascimento em uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro. Embora Elmar não tenha sido alvo direto, seu nome consta nos autos, enquanto o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento, seu irmão, teve seus endereços vasculhados em diversas cidades. Também é citado o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, afastado do cargo por decisão do STF, mas que já havia deixado a função antes da medida.

O Supremo Tribunal Federal determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões nas contas das pessoas físicas e jurídicas investigadas para impedir a movimentação de recursos ilícitos e garantir reparação aos cofres públicos. Conforme os investigadores, o grupo criminoso atuava manipulando processos licitatórios, realizando pagamentos de propina e tentando obstruir as investigações, sendo apurados crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em contratos administrativos e lavagem de dinheiro. (Fonte: O Globo)