Deu no UOL Notícias: Longe da segurança das áreas sem risco de alagamentos e à espera da construção das casas prometidas pelo governo desde junho de 2010, moradores de Água Preta e Barreiros –as duas cidades em calamidade pública em Pernambuco– superlotam prédios públicos e privado, sejam desativados ou em construção. Com muitas famílias ainda ocupando abrigos improvisados desde a cheia do ano passado, a solução encontrada para fugir da nova cheia do rio Una, na última semana, foi ocupar qualquer lugar que parecesse seguro. Para isso, vale igrejas e até contêineres.
Em Barreiros, Lindnalva Bento da Silva, 45, voltou a ter casa invadida e a perder bens com a enchente do rio Una. Para se abrigar, ela ocupou, desde a última terça-feira (3), um contêiner de uma empresa de hambúrgueres para se abrigar, ao lado dos três papagaios (Menininha, Lampião e Maria Bonita). “Nunca recebi nada de governo nenhum. Eu tinha pedido empréstimo para comprar 100 patinhos e galinhas, e perdi tudo. Os papagaios salvei trazendo eles em uma caixa”, disse.
Em Água Preta, o Fórum da cidade está ocupado por desabrigados. A praça central virou um grande varal para secar roupas. Todas as igrejas também abrigam famílias e, ao invés de orações, os prédios se tornaram pontos de abrigo de vítimas das cheias. Poliana Maria da Silva, 19 anos, está com a família na Igreja da Matriz, no centro da cidade, onde divide espaço com dezenas de móveis e pessoas que superlotam o local. “Tem muita gente aqui, porque todo mundo ficou com medo da chuva este ano e de acontecer o mesmo de 2010”, afirmou.
O padre Tadeu Rocha, responsável pela paróquia, contou ao UOL Notícias que o número de famílias que procurou o local é maior que o de 2010. “As pessoas estão vacinadas e com medo de perder tudo. Por isso, dessa vez, todos saíram de casa, não esperaram. Até minha casa recebeu desabrigados”, disse. (foto/reprodução internet)


