Se depender da vontade das principais lideranças dos trabalhadores rurais e do patronato, a primeira rodada de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que começou ontem (25) à tarde no auditório da Facape, caminha para novos avanços.

De acordo com Antonio Inácio Ribeiro, secretário dos Assalariados da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Estado da Bahia (Fetag), os debates são sempre complicados por conta das estratégias dos patrões. Mas este ano, até pelo fato de o País ter uma presidente mulher, as coisas tendem a ser mais flexíveis, haja vista as discussões acerca do salário mínimo.

Dos mais de 80 itens da pauta, o consenso entre as duas partes já prevaleceu em 42 deles. Ribeiro explica que os avanços no campo social são um ponto positivo. Já em relação a benefícios como reajuste salarial, auxílio-creche, além da troca de horas extras por mais postos de trabalho, os diálogos são dificultados. No entanto este ano o otimismo está renovado. “Eles demonstraram, na abertura, uma sensibilidade ao pedido dos trabalhadores”, avaliou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, José Tenório, ratifica as palavras do representante da Fetag/BA. Ele acredita que a própria convenção já seja um avanço da categoria, mas a luta é por novas conquistas.

Lembrando que CCT, iniciada em 1994, já conseguiu aos trabalhadores rurais transporte gratuito para as fazendas e água gelada no ambiente de trabalho (já que bebiam água de canal), Tenório espera ver concretizado o reajuste do salário, reivindicado para R$ 610. “Essa é uma das cláusulas que batalhamos e queremos incluir outras para que esta convenção seja cada vez mais ampliada”, afirmou.

As discussões da CCT 2011/2012 prosseguirão até sexta (28). Após esse período, haverá um intervalo e as discussões serão reiniciadas no dia 1º de fevereiro, indo até o dia 04 do mesmo mês. A Valexport, na qualidade de entidade representante da classe produtora, historicamente há 17 anos, recebeu o papel de administrar a CCT, em parceria com os Sindicatos Patronais.