As recentes declarações da secretária de Direitos Humanos da Presidência da república, Maria do Rosário, de que “estaria havendo uma conscientização para o problema e não o crescimento da violência contra os menores”, não foram compartilhadas pelo presidente do Conselho Tutelar de Belém do São Francisco (PE), no Sertão do Estado, Charles Sá.

Numa nota enviada ao Blog, ele ressaltou que tal afirmação não pode ser levada ao pé da letra, porque atualmente “há subnotificações” de ocorrências desse tipo. Além disso, Charles informa que a grande burocracia, aliada ao congestionamento das linhas telefônicas para a formulação das denúncias, acabam por prejudicar o trabalho.

“Exemplo disso é o fato de que muitos conselhos tutelares não conseguem registrar as denúncias no Sipia (Sistema de Informação para a Infância e Adolescência), creditando as subnotificações ao fato de que estas instituições ainda se encontram sob domínio das prefeituras, que por sua vez não disponibilizam condições dignas de trabalho para os conselheiros tutelares”, justifica.

Ele também lamenta a falta de um serviço de internet rápida na região, uma vez que o registro das denúncias junto ao Sipia dependem desse item. Por conta da demora, muitos casos não seguem em frente porque os denunciantes acabam desistindo. “E o pior de tudo isso é que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já foi cientificado, mas nenhuma atitude tomou”, critica.