Conitec barra inclusão de Wegovy, Saxenda e similares no SUS

por Carlos Britto // 22 de agosto de 2025 às 20:00

Foto: reprodução

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde, decidiu nesta semana não recomendar a inclusão de medicamentos à base de semaglutida, como Wegovy e Ozempic, e liraglutida, comercializada como Saxenda, no SUS. A principal justificativa para a decisão foi o elevado custo estimado, que pode alcançar até R$ 6 bilhões em cinco anos em tratamentos contínuos.

Essas medicações já são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em obesidade e diabetes tipo 2, mas permanecem restritas ao setor privado. Na decisão, a Conitec destacou também o fato de que o SUS já possui alternativas terapêuticas como a cirurgia bariátrica, além de intervenções não farmacológicas.

A Dra. Carolina Almeida, diretora médica do Núcleo GA, faz uma reflexão sobre a decisão. “É compreensível a decisão sob a ótica financeira, já que esses medicamentos ainda são considerados de alto custo. Porém, é uma medida que precisa ser reavaliada com urgência. Quando analisamos os gastos do SUS com as doenças associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes e hospitalizações, percebemos que esses gastos acabam sendo superiores ao investimento que seria feito na incorporação dos análogos de GLP-1, que é a categoria desses medicamentos“, explica.

Enquanto isso, as medicações permanecem acessíveis apenas por meio da compra no mercado privado, mediante prescrição médica. “É lamentável que não se priorize um raciocínio de médio e longo prazo. Ao olhar apenas para o custo direto dessas medicações, você desconsidera o peso financeiro e social da obesidade, incluindo doenças articulares, necessidade de fisioterapia e outras condições que sobrecarregam o sistema de saúde“, ressalta a médica.

Parceria

Mesmo com a decisão da Conitec, o Ministério da Saúde firmou parceria com a Fiocruz e a farmacêutica EMS para desenvolver versões nacionais das canetas com semaglutida e liraglutida, uma medida que pode reduzir custos e possibilitar futuras reavaliações pela comissão. Diante disso, a Dra. Carolina mantém uma visão esperançosa sobre o futuro. “Ainda tenho esperança de que, com o barateamento das medicações, como já vimos com o lançamento de uma caneta genérica, futuramente elas possam ser incorporadas ao SUS“, finaliza.

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