O cantor sertanejo, condenado em 2022 por envolvimento em um esquema fraudulento na compra de respiradores em Guarujá (SP), voltou a atuar nos bastidores da saúde pública, desta vez, em Pernambuco. Mesmo proibido pela Justiça paulista de participar de contratos públicos na área, ele tem circulado por diversos municípios do estado.

Segundo informações, Almir esteve em Pernambuco ao menos 15 vezes nos últimos nove meses. Em encontros com prefeitos recém-eleitos, ele tem apresentado Organizações Sociais (OS) “de confiança” para a gestão da saúde municipal. O padrão das abordagens se repete: ele oferece diferentes OS, provoca uma disputa de preços e, caso não haja acordo, ameaça divulgar dossiês ou gravações.

Em uma dessas reuniões, realizada em um hotel no Recife, testemunhas relatam que o cantor chegou a bater na mesa e dizer: “Cadeia não me assusta”. A atuação tem gerado apreensão entre gestores municipais. Alguns prefeitos temem se tornar alvos de futuras denúncias e relatam ter sido pressionados ou ameaçados.

Diante da movimentação, o Ministério Público Federal em Pernambuco estuda a abertura de um inquérito para apurar os fatos. Até o momento, o suspeito continua realizando reuniões e afirmando que “não tem nada a perder”.

Relembre o caso dos respiradores no litoral paulista

Em 2022, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra um esquema de fraudes na compra de respiradores hospitalares destinados ao combate à Covid-19 em Guarujá (SP). A investigação apontou que um grupo articulava contratos milionários com prefeituras, por meio de empresas de fachada, para o fornecimento dos equipamentos, que nunca chegaram a ser entregues. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em cerca de R$ 150 milhões.

Um dos envolvidos, que na época atuava como empresário e cantor sertanejo, chegou a ser preso preventivamente e posteriormente condenado. A Justiça também determinou que ele ficasse impedido de fechar novos contratos públicos na área da saúde.