Colapso previsto por Mandetta devido ao novo coronavírus começa a virar realidade na saúde pública

por Carlos Britto // 30 de abril de 2020 às 09:34

Foto: TV Globo/reprodução

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que pilotou o combate à pandemia do novo coronavírus até duas semanas atrás, ganhou popularidade durante a crise, em parte pela maneira didática com que explicava a doença e as formas de se proteger dela. Mas o ex-ministro também ganhou confiança de boa parte da população (64% discordaram de sua demissão) por tratar o problema de forma muito transparente. Muitas das projeções feitas por ele sobre o avanço da pandemia estão se confirmando hoje.

Nos últimos dias, uma das previsões mais preocupantes feitas por Mandetta vêm tomando contornos de realidade: o colapso do sistema de saúde. De acordo com o ex-ministro, o “apagão sanitário” ocorreria no final de abril. “Claramente, em final de abril nosso sistema de saúde entra em colapso”, disse Mandetta em 20 de março, em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e um grupo de empresários. Em seguida, o então ministro explicou: “O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, mas simplesmente não há sistema para você entrar”.

Na ocasião, a fala de Mandetta gerou desconforto no presidente, que afirmou, no dia seguinte, que o subordinado havia “exagerado”. Hoje, em 29 de abril, passados 39 dias, a explosão de casos de infecção pelo novo coronavírus (78 mil ao todo e mais de 2.600 nas últimas 24 horas) já esgotou os leitos de UTI no Rio de Janeiro, que vem mandando pacientes para hospitais no interior do estado, a mais de 150 quilômetros da capital.

Em São Paulo, a situação também começa a ficar crítica, com 85% de ocupação dos leitos de UTI em toda região metropolitana. Em três dias, o número de atendimentos a casos suspeitos de Covid-19 no sistema de saúde da capital paulista quadruplicou, passando de 812 por dia (média até 23 de abril) para 3.355 em 28 de abril. (Fonte: Veja Online)

Colapso previsto por Mandetta devido ao novo coronavírus começa a virar realidade na saúde pública

  1. João Alexandre disse:

    O colapso só SUS já existe há muitos anos. Os diversos políticos ladrões que passaram anos e anos roubando recursos públicos, foram os responsáveis por esse colapso. O coronavirus é mais um agravante. E o mais absurdo de tudo, é que tem gente ainda que quer a volta da quadrilha PTralha. Deus console o coração de familiares que vão ver seus parentes perderem a vida por tudo isso.

  2. Petrolina de futuro disse:

    Mais tá do jeito que o presidente quer

  3. Pedra no Sapato disse:

    Esse sujeito Mandeta foi uma das piores coisas para o país, e o presidente da República tem responsabilidade nisso também. A demissão dele foi a tentativa de corrigir o erro de nomeá-lo, mas o estrago já estava feito. Há inimigos que não se pode fugir dele. A melhor coisa a fazer é enfrentá-lo com unhas e dentes. Se esconder em casa não vai adiantar.

    1. Terra dos impossíveis disse:

      Porra Loka detectado.

  4. Antonio Leite disse:

    O objetivo do isolamento horizontal, que coloca toda a população em quarentena e não apenas os grupos de risco é reduzir o número de contaminados ao mesmo tempo. A maioria das pessoas com COVID 19 não complica, porém como o vírus dissemina-se rapidamente , os que apresentam a forma grave da doença precisam de UTI por muitos dias. As UTI (s) do SUS estão permanentemente lotadas . Os leitos de UTI dos hospitais privados podem ser todos ocupados, de modo que um relaxamento do isolamento horizontal, passando para o vertical, isolamento somente para os de risco, pode levar ao colapso dos leitos de terapia intensiva tanto no setor público quanto no privado. O país está perdido no controle da COVID , a subnotificação é um problema que impacta qualquer planejamento.

  5. Não é hora de relaxar disse:

    A nível mundial o período mais complicado parece estar passando, com a redução do número de novos casos a cada dia. Contudo, quando se trata de Brasil, Nordeste e Pernambuco a realidade é outra. Ainda estamos em uma fase inicial em que o isolamento ajudou a reduzir a velocidade de contágio, mas esta ainda é muito alta. E os dados são subestimados pois tem alta correlação com a quantidade de testes e se testa muito pouco. Assim, o correto é manter e inclusive ampliar o isolamento social por pelo menos 30 dias, reavaliando todos os dias. O impacto econômico irá existir para todos mas será ainda maior se houver um descontrole do número de casos e de óbitos na região. E ainda somos privilegiados por termos um agronegócio forte e neste setor a crise afeta com menor intensidade.

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