Com sua produção formada principalmente por uva e manga, os perímetros irrigados fizeram do Vale do São Francisco uma região de destaque no Nordeste e no Brasil. Só no Perímetro de Irrigação Senador Nilo Coelho, em Petrolina, essas duas culturas têm, juntas, uma área de 12 mil hectares. Entretanto, nos últimos anos os produtores locais têm encontrado alguns percalços devido à crise econômica mundial, ao custo elevado dos insumos agrícolas e à desvalorização do dólar.
A Codevasf tem trabalhado para a multiplicação das opções de cultivares por meio de parceiros como a Embrapa e a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, além de apresentar as potencialidades da região às grandes empresas nacionais e multinacionais, na tentativa de trazê-las para o Vale.
Em parceria com a Embrapa Semiárido, que recebe cerca de R$ 440 mil por ano do Ministério da Integração Nacional através da Codevasf, estão sendo testadas novas culturas com potencial econômico e capacidade de abastecer os mercados interno e externo. Algumas delas já estão em fase avançada de avaliação, como as da maçã, do caqui e da pêra, que tiveram resultados muito positivos nos canteiros da Embrapa e já são testadas em lotes irrigados no Núcleo 04 do Nilo Coelho. O cacau também tem tido resultados expressivos, com boa produção e um sabor bastante adocicado.
Já na parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, a busca não é por novas culturas, mas por variedades de uva de mesa ainda mais adaptadas ao clima e solo da região. Outro aspecto positivo da Codevasf é quanto ao crescimento da agricultura orgânica no Vale do São Francisco. Segundo Osnan Ferreira, engenheiro agrônomo da Codevasf, a produção orgânica ainda é muito incipiente na região, mas importantes passos já foram dados para mudar essa situação. Na última Fenagri, em maio, os primeiros 32 produtores receberam, sem custos, a certificação orgânica.
Os produtores orgânicos do Vale mantêm uma banca com seus produtos na feira livre da Areia Branca, e já fornecem para alguns dos principais varejistas da região. “O próximo passo é irmos para mais três feiras, e ainda nos próximos trinta dias devemos fechar com outros seis varejistas locais, atingindo, assim, dez redes de supermercados da região”, diz Osnan. A ambição, entretanto, não é apenas o mercado local. “Até o fim do ano devemos fechar com algumas capitais do Nordeste”, revela o agrônomo.
Além disso, a Codevasf tem mostrado o Vale às grandes empresas do Brasil e do mundo. Recentemente estiveram em Petrolina, a convite da Companhia, representantes da Cutrale, maior produtor de suco de laranja do mundo. Também estiveram na região representantes da Nestlé, que visitaram os perímetros irrigados da região para conhecer melhor a possibilidade de trazer parceiros para a produção de cacau. A Codevasf também apresenta a região regularmente a outros países. Recentemente estiveram por aqui representantes e pesquisadores de Gana, Moçambique e Alemanha. (da Ascom/Codevasf)



E ainda tem pseudos-blogueiros que escrevem que a Embrapa engaveta seu projetos de pesquisa. Taí a prova que a Embrapa, fazendo a sua função que é pesquisa, junto com empresas como a Codevasf, a qual é responsável por implantar as referidas tecnologias, tem mostrado os resultados, independente de onde esteja localizada, ou seja, na zona rural ou urbana.
Alguem a pouco tempo atrás pensaria que, em meio à caatinga, poderia algum dia produzir: maçã, pêra, caqui, cacau.
Fica a reflexão para toda a sociedade.
Pesquisa se faz em silêncio, sem alarde, apenas no momento certo é divulgado resultado.