O programa Profissão Repórter (TV Globo) de ontem (19) alertou para os riscos do uso do cigarro eletrônico. Também conhecido como vape ou pod, o dispositivo deixa a saúde do usuário exposta a perigos que vão desde o pulmão até o sistema cardiovascular. Sua venda é proibida em território nacional pela Anvisa desde 2009, mas seu comércio continua acontecendo em todo o país.
Em Juazeiro (BA), Acrisleide Araújo (foto), de 34 anos, morreu por Evali, lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico. Como este Blog mostrou, ela ficou internada vários dias, inclusive entubada na UTI de um hospital particular de Petrolina, e morreu na primeira quinzena do mês de novembro.
“O vape é extremamente perigoso. Eu acho que a gente tem dados suficientes de que essa inflamação é uma coisa imediata, pode acontecer de forma abrupta como a EVALI, mas outras doenças de grande prazo provavelmente vão acontecer e a gente vai ter esse problema mais pra frente“, disse ao programa o pneumologista David Coelho, que fez o diagnóstico de Acrisleide.
A família dela só aceitou dar entrevista ao programa para alertar para o problema e despertar a consciência em quem faz uso do cigarro eletrônico. Cícero Tavares, irmão de Acrisleide, relatou que ela usava cigarro eletrônico há três anos, “mas era muito pouco”. “A última palavra que ela disse foi: ‘eu amo você todos’”, relembrou. Assista ao vídeo no Instagram do Blog (@blogcarlosbritto).
Riscos
Diversos médicos alertam para as consequências que o uso do cigarro eletrônico leva para o usuário. A utilização do aparelho é sinônimo de perigo. “O cigarro eletrônico dispensa e oferece nicotina em muito maior concentração e facilidade de uso que o cigarro convencional. Dão uma alta dependência, intensa e precoce”, conta a cardiologista Jaqueline Scholz, do Instituto do Coração (Incor) em São Paulo.
Dados
O cigarro eletrônico é uma febre principalmente entre os jovens. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, realizada com 10 mil brasileiros, quase 20% dos jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarros eletrônicos. Segundo o IBGE, quase 17% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o vape.
