Cigarro eletrônico: Após morte de jovem em Juazeiro, vereador de Petrolina reforça alerta

por Carlos Britto // 09 de dezembro de 2023 às 11:00

Foto: Agência Reuters

O vereador de Petrolina, Josivaldo Barros, autor de uma Lei Municipal que dispõe sobre a proibição da comercialização de acessórios ligados ao fumo a pessoas menores de 18 anos, lamentou a morte de uma mulher de 33 anos em Juazeiro (BA) por causa de cigarro eletrônico. Como este Blog mostrou ontem (8), essa foi a primeira morte registrada no Brasil provocada por Evali, sigla em inglês para doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico.

A Lei sancionada em 2022 em Petrolina faz um alerta dos malefícios que podem acontecer à saúde, e até levar à morte, como foi o caso ocorrido em Juazeiro.

Josivaldo Barros reforçou o alerta e pediu empenho das autoridades, “para que fiscalizem, façam cumprir a Lei, pois no São João no Pátio de Eventos Ana das Carrancas foi o que mais se viu, as pessoas tranquilamente usando cigarro eletrônico no meio do povo. Fazendo isso, estarão salvando vidas, e até evitando mortes”, destacou.

Proibição no Brasil

Apesar de ser proibida a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, boa parte dos jovens brasileiros usa esse produto. A proibição foi determinada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há, portanto, autorização no Brasil para quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, independentemente de sua composição e finalidade.

Além disso, muitos usuários acreditam que o cigarro eletrônico pode ser usado como tratamento para a dependência do cigarro convencional, o que é uma informação inverídica, segundo as autoridades de saúde. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina. Sendo assim, o cigarro eletrônico pode causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, a Evali (do inglês E-cigarette ou Vaping product use-Associated Lung Injury) e doenças cardiovasculares, dermatite e câncer. Ainda de acordo com o Iinca, estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos.

Cigarro eletrônico: Após morte de jovem em Juazeiro, vereador de Petrolina reforça alerta

  1. Anonimo disse:

    Boa tarde, Carlos! Lamento a morte dessa jovem, porém é necessário descobrir o tipo de dispositivo que ela utilizava. O próprio CDC já esclareceu a ligação da EVALI com o uso de cartuchos de THC falsificados que continham acetato de Vitamina E, um óleo que, após vaporizado, volta a se tornar óleo no pulmão do consumidor, o que causa uma pneumonia lipídica. Aqui tem um artigo sobre isso: https://www.cdc.gov/tobacco/basic_information/e-cigarettes/severe-lung-disease.html

    Acredito que a regulamentação desses dispositivos é o caminho mais seguro para quem deseja consumir. Assim como é com o álcool e o próprio cigarro convencional (e ambos também matam).

    Enfim, espero que as autoridades se conscientizem sobre isso, os jovens e adultos estão consumindo sem fazer a menor ideia do que contém nos dispositivos. É um produto para quem deseja largar os cigarros, na Inglaterra já existem iniciativas bem avançadas sobre redução de danos do tabaco, inclusive recomendo que pesquise sobre o cenário naquele país.

    Abraços e uma ótima semana

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