Em fevereiro de 2014, durante dez dias (de 7 a 16) Juazeiro novamente se transformará no reino da alegria com o povo nas ruas comemorando uma centenária história repleta de magia e de fascinantes personagens. Trata-se dos 100 anos de carnaval da cidade, a maior festa popular do Vale do São Francisco.
Para o folião já começar a vivenciar o clima da energia que explodirá em lúdicas emoções, o compositor Maurício Dias, o ‘Mauriçola’, que tem a cidade impregnada na alma e nos versos, fez uma viagem musical resgatando a centenária história carnavalesca juazeirense mediante lembranças da própria infância e de conversas com antigos foliões.
No hino “Juazeiro – 100 anos de Carnaval”, o artista rememora os primórdios da folia oficialmente iniciada em 1914, quando surgiram os carros alegóricos, os famosos e disputados bailes dos clubes Zero, Apolo e 28, passando pelos primeiros caminhões elétricos comandados pelos mestres Urbano e Edésio, até as famosas batucadas e os potentes trios de blocos puxados por estrelas como Ivete Sangalo.
A historiadora Maria Isabel Figueiredo ‘Bebela’, na condição de foliã e promotora de importantes capítulos dessa fascinante história, aprovou a retrospectiva carnavalesca composta por Mauriçola. “Simplesmente adorei e fiquei bastante emocionada quando ouvi esse maravilhoso hino. Além de contagiante musicalmente, ainda sintetiza de maneira brilhante o Carnaval juazeirense. Nota 10 com louvor!”, elogia.
Bebela também falou sobre as expectativas para os 100 anos do Carnaval. “O trabalho de pesquisa da comissão está sendo maravilhoso, buscando passar com fidelidade um importante capítulo da nossa história para as novas gerações”, ressalta.
Inspiração
Segundo o autor do hino, a inspiração veio da própria vivencia afetiva com Juazeiro, trazida das memórias pessoais e da convivência com alguns dos personagens mais importantes desse século de folia. Mauriçola também destacou a importância da cidade novamente se tornar uma só.
“Precisamos fazer o Carnaval de dentro do povo. A Prefeitura será a realizadora, mas que cada um faça a sua parte. Esse centenário será um marco importante para a cultura do município, quando através do nome de Ivete Sangalo mais uma vez Juazeiro será projetada nacionalmente”, observa.
O hino “Juazeiro 100 anos de Carnaval” está disponível no site a Prefeitura e na página do carnaval no facebook: https://www.facebook.com/Carnaval.de.Juazeiro?ref=hl.
Confiram a letra:
Juazeiro – 100 anos de carnaval
(Maurício Dias)
Eram Clarins, batucadas
Pierrot,colombinas,arlequins
Desde 1914 “oxi de hoje”, até hoje, até hoje
A serpentina do tempo
É purpurina confete
A “diacuí” das meninas
Deu em Ivete
Carmim , talco, ruge, crepom e cetim
São 100 anos, são 100 anos
De Carnaval alegria emoção
Juazeiro é o terreiro
Da rainha Sangalo
Mas quem canta de galo
É o rei povo é o coração
Folião!!
(refrão)
Era na rua era no salão
Zero, Apolo,28
Os alegóricos abriam caminho
Para trio de Edésio violão
E Urbano cavaquinho
Elétricos!!
Tinha o gigante Dêde
O anão Gustavinho
Mato Grosso, João Doido
Saudade de doer
Tudo começava num vapor
Seu Zezito, Zé Custódio, Seu Galo
paixão de carnaval
uma” marchinha” de amor
(refrão)
Branca e Azul
No por do Sol”
O samba Cacumbú”
A charanga “Pirata”
“Fala quem pode”
Era no couro cru
A voz do morro, voz do São Francisco
E a batucada de Lata
Virou “brucutu”
A Marabá
A cultural
Aquele cheiro de “rodouro” no ar
E as minas “coroas coloridas”
Festejando a vida
Porque o tempo é o gerador
De gerações
Juazeiro destila emoções
No Cabaré das ilusões
Referências
*“Diacuí” – Orquestra feminina de Juazeiro, Maestro Carlos Ribeiro.
* Zero, Apolo, 28 – Clubes da elite que promoviam desfiles alegóricos.
* Dêde – Cozinheiro gigante, desfilava na “Cacumbú”.
* “Gustavinho” – Anão querido do povo, desfilava na “Cacumbú” gritando “Olariaaaaa!!!
* “Mato Grosso” – Se vestia de mulher e fazia mágicas, era adorado pelas crianças.
* “João Doido” – Desfilava em todas, mas era da “cacumbú”.
* Seu Zezito, Zé Custódio, Seu Galo – compositores tradicionais.
* A música do carnaval era escolhida num passeio de “Vapor”.
* Edésio e Urbano – criadores do primeiro trio elétrico de Juazeiro (64/65).
* Cacumbú – Piratas.
* Reis do Samba, Fala Quem Pode, Voz do Morro, Voz do São Francisco – Escolas de Samba.
* “Rodouro” – Perfume lançado ao ar nos bailes como aromatizador de ambiente.
* “Coroas coloridas” – Bloco feminino de idosas.
*“Cabaré das Ilusões” – Bloco que desfila com orquestra de frevo tradicional.
* Marabá e Cultural – alto-falantes da cidade.
(Texto: Luiz Hélio/para o Blog/Foto: divulgação PMJ)
Uma bação a Ivete Sangalo, que nunca deu a mínima ao Carnaval e a Cultura de Juazeiro. Uma pena, letra fraca demais.
Obrigada a Mauriçola, pela homenagem ao meu velho Pai: Antonio de Araújo Mato Grosso ” Mato Grosso “