Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave seguem altos no Brasil, alerta Fiocruz

por Carlos Britto // 04 de julho de 2025 às 18:30

O último boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (3) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continuam em alta na maior parte do Brasil. A análise indica, no entanto, que há sinais de queda ou estabilização dos casos relacionados à influenza A em estados das regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste, assim como dos casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) nessas regiões.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os vírus detectados em casos de SRAG foram distribuídos da seguinte forma: 33,4% dos casos positivos foram de influenza A, 1,1% de influenza B, 47,7% de vírus sincicial respiratório, 20,6% de rinovírus e 1,8% de Sars-CoV-2 (covid-19). Entre os óbitos, a presença desses vírus foi de 74,1% para influenza A, 1,3% para influenza B, 14,1% para VSR, 10,2% para rinovírus e 3,1% para covid-19.

A pesquisadora do InfoGripe Tatiana Portella destacou que alguns estados ainda apresentam aumento nas hospitalizações por SRAG, como Mato Grosso, Paraná, Pará, Rondônia e Roraima. Ela ressaltou que os principais responsáveis pelo crescimento continuam sendo a influenza A e o vírus sincicial respiratório. Por isso, reforçou a importância da vacinação contra a influenza, disponível gratuitamente pelo SUS para grupos prioritários, lembrando que mesmo quem já teve gripe neste ano deve se vacinar, pois a vacina protege contra os três principais tipos de vírus da influenza que infectam humanos.

Tatiana Portella acrescentou que a influenza A é a principal causa de hospitalizações e óbitos por SRAG entre os idosos, enquanto nas crianças pequenas o maior impacto está associado ao VSR, seguido pelo rinovírus e pela influenza A. A pesquisadora também observou que há interrupção ou queda no crescimento dos casos de SRAG por influenza A entre jovens, adultos e idosos em grande parte das regiões Centro-Sul, Norte e em alguns estados do Nordeste. Contudo, em alguns estados do Nordeste, Centro-Sul e em Roraima, os casos continuam aumentando.

Atualmente, seis estados apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com tendência de crescimento: Alagoas, Mato Grosso, Paraná, Pará, Rondônia e Roraima. Já em estados como Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia, Ceará, Maranhão e Paraíba, as ocorrências de SRAG associadas à influenza A continuam altas, mas mostram sinais de queda. Por outro lado, em Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Roraima os casos seguem em crescimento.

O boletim reforça que, apesar dos sinais de melhora em algumas regiões, o cenário da SRAG exige atenção contínua, especialmente para os grupos mais vulneráveis. A vacinação contra a influenza permanece como a principal medida de proteção para reduzir hospitalizações e óbitos. (Fonte: Agência Brasil)

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