Atual presidente da OAB Petrolina fala em “campanha equivocada” dos dois candidatos e admite até votar em branco

por Carlos Britto // 11 de novembro de 2015 às 17:44

lásaro OAB petrolina

A caminho de encerrar um ciclo de três mandatos à frente da Subseccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que está completando nove anos, Lásaro Carvalho vai passar mais longe do que gostaria das eleições na entidade, marcadas para o próximo dia 19 de novembro. O motivo é simples: ele não vê coerência nas propostas de nenhum dos dois candidatos que irão disputar o pleito da Subseccional – Alexandre Torres, da Chapa ‘OAB Forte, Advogado Valorizado’, e José Ivan Galvão, que encabeça a chapa ‘É Hora de Mudar’.

Ressaltando ter implementado uma gama de serviços desde quando assumiu a OAB Petrolina pela primeira vez (em 2007), Lásaro Carvalho destaca ter passado por suas três gestões “com o sentimento do dever cumprido”. Ele lembra, inclusive, ter sido auxiliado por alguns colegas que integraram o conselho da entidade durante esse período e que atualmente compõem as chapas dos respectivos candidatos.

Sem meias palavras, o atual presidente da Subseccional – que decidiu não concorrer novamente ao cargo – imaginava “um perfil diferente” dos colegas que pretendem disputar a presidência local da OAB. Ele assegura que sua observação tem a ver com questões exclusivamente técnicas, não pessoais, até porque tem um bom relacionamento com ambos. “Vejo que a forma equivocada com que eles estão conduzindo suas campanhas demonstra que podem ter também uma gestão equivocada. Portanto, não me sinto à vontade para apoiar nenhum dos dois”, afirmou.

Lásaro afirma que ambos baseiam-se em “clichês” que não mais se justificam. Sem citar nomes, ele lembra que um dos candidatos prometeu fazer salas para os advogados da Ordem nos órgãos do Judiciário. “Ora, a OAB tem sala na Justiça Federal, no Fórum, nas três Varas do Trabalho de Petrolina. Todas essas salas são ocupadas com computadores, internet, wi fi…”, destacou o presidente, acrescentando que tais conquistas para a classe só aconteceram a partir de sua primeira gestão.

Ele lembrou que a sala que existia, no Fórum Dr.Souza Filho, servia de depósito de móveis e máquinas de escrever velhas. Além reestruturar essa sala, ele conta que ampliou a ação para outros órgãos. “Um candidato que promete que vai criar uma Sala do Advogado, não me parece que tenha uma campanha séria, honesta”, alfinetou.

Dignidade

Lásaro também rebate outro candidato que anda alardeando, como uma de suas propostas, que vai aproximar a OAB Petrolina com o Recife. “Eu tenho uma relação umbilical com a OAB do Recife”, afirmou. Segundo Lásaro, conquistas como a sede local da entidade e a implementação de vários cursos de pós-graduação na área (incluindo os de menor duração) foram todas viabilizadas com o apoio da OAB do Recife, por meio da ESA (Escola Superior de Advocacia) e Caape (Caixa de Assistência dos Advogados de Pernambuco).

O atual presidente também não aceita que a campanha dos candidatos fale em “resgatar a dignidade” da OAB local, quando esse era um compromisso que já conseguiu realizar desde sua primeira gestão. Para Lásaro, o que acontece é que tanto Alexandre Torres quanto José Ivan Galvão “estavam com um discurso pronto” para o caso dele se candidatar novamente. Como isso não aconteceu, ambos não tinham mais como retroceder.

Voto em branco

Lásaro revela que sua ideia era de apoiar a candidatura do advogado Dácio Martins, mas este recusou disputar a presidência da OAB por questões profissionais e familiares. Perguntado se votaria em alguns dos dois candidatos, Lásaro admitiu que até poderia pensar nisso. E acabou deixando a entender que poderia dar seu voto a José Ivan, até porque até hoje nunca votou em branco. Mas deixou claro que pela primeira vez poderá tomar essa decisão, se a campanha dos dois candidatos continuarem nessa linha. Quem vencer a eleição comandará a entidade para o triênio 2016/18.

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