O leitor do Blog, César Almeida, nos envia um artigo comentando a decisão do PMDB de Petrolina em apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) ao governo de Pernambuco.

César se aprofunda em seu artigo e comenta que esse apoio faz parte de “uma estratégia elaborada pelo time de Lossio” tentando manter o prefeito no cargo já que está cassado e governa sob o poder de uma liminar. Leiam o que ele escreveu:

Carlos Britto

Não foi estranha a reunião do Diretório do PMDB nos últimos dias em Petrolina, capitaneada pelo seu principal líder no sertão o Prefeito de Petrolina Júlio Lóssio. Declarar apoio a pré-candidatura de Armando Monteiro ao Governo de Pernambuco, faz parte de uma estratégia elaborada há meses pelo grupo que se sustenta na prefeitura a partir do agravo regimental interposto contra a ação cautelar proposta com o objetivo de atribuir efeito suspensivo a agravos nos próprios autos. Recordem os leitores que na primeira decisão da ministra do TSE, o Prefeito atribuiu a culpa aos “meandros” políticos, sentindo-se um perseguido por fazer oposição ao Governo do Estado. Tão logo revista a decisão e ao retornar ao cargo, o prefeito de vítima se interpôs como o herói comparando-se à “caatinga que parecendo morta, renasce ainda mais forte”. Todavia, o processo não terminou e no último dia 27 de fevereiro, o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, enviou ao gabinete da Ministra Laurita Vaz cópia do parecer de sua lavra pelo indeferimento da Ação Cautelar, com pedido de liminar, ajuizada pelo prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, para atribuir efeito suspensivo ao recurso interposto por ele contra a cassação do seu mandato pelo TRE de Pernambuco. O Procurador em seu despacho, cita dois casos precedentes julgados pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral – TSE determinando a cassação de mandatos eletivos. Para Aragão, a ação de Lóssio se configura como uma “conduta vedada e abuso de poder, com suficiente gravidade para ensejar a cassação do mandato, inelegibilidade e aplicação de multa”. O prefeito e seus asseclas sabem que é muito difícil se manter no cargo, especialmente porque o Superior Tribunal não costuma ir de encontro as decisões dos TREs e as suas próprias decisões. Neste sentido como ficaria Lóssio, cassado e apoiando o candidato do PSB? Teria condições de fazer de vítima e tentar uma volta como a planta da caatinga que renasce, ou, até mesmo como a esfinge, um pássaro mitológico que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas? Apoiando o PSB certamente não. Apoiando o partido governista, pouco poderia dizer aos seus “supostos” algozes “coelhistas” que fora perseguido por aqueles que o receberam em seus palanques. Portanto, prevendo o futuro, melhor apoiar a candidatura de Armando Monteiro, pois terá o apoio dos que formam hoje o bloco da oposição ao Governo do Estado. Cassado, poderá, sair da prefeitura dizendo-se vitimado pela fúria eduardista, coelhistas etc., como se o processo de cassação fosse o resultado de sua postura opositora aos ditames que o PMDB norteou em Pernambuco. Sabia opção de Júlio Lóssio: melhor posar de vitima do que ser jogado ao ostracismo do julgo político eleitoral. Esperamos os fatos e o comportamento os lossistas.

César Almeida – Leitor