Neste artigo, os leitores Rivelino e Victória Liberalino refletem sobre o verdadeiro sentido de ser cristão. O texto ainda destaca que o Evangelho vai além das aparências religiosas e dos templos: é sobre amar, perdoar e servir com sinceridade.
Confiram:
Nem todo evangélico é cristão.
Nem todo católico é cristão.
Nem todo espírita é cristão.
Porque ser cristão não é decorar versículos, frequentar templos ou repetir hinos.
Ser cristão é deixar Deus morar dentro da dor.
É abrir o peito e dizer: “Senhor, eu não sei amar. Ensina-me.”
Vivemos uma era de vozes inflamadas e corações frios.
De discursos sobre amor proferidos por quem esqueceu o que é amar.
De olhos voltados para o céu, mas mãos manchadas pela indiferença.
Há quem conheça a Bíblia, mas não conheça o arrependimento.
Há quem ore de joelhos, mas nunca se curvou de verdade.
Há quem pregue a cruz, mas nunca teve coragem de carregá-la.
O Evangelho não é roupa, nem rótulo, nem hábito.
O Evangelho é um corte profundo que sangra compaixão.
É o perdão engolindo o orgulho.
É o amor vencendo a lógica.
É a lágrima lavando a alma de quem já cansou de fingir ser santo.
De que vale um título religioso, se o coração continua apodrecido de vaidade?
De que serve levantar as mãos no culto e usar as mesmas mãos para ferir?
De que adianta cantar sobre graça e negar misericórdia ao próximo?
Cristo não veio montar templos.
Veio restaurar almas.
Não pregou poder; lavou pés.
Não exigiu reverência; abraçou traidores.
E quando todos O abandonaram, amou mesmo assim.
Ser cristão é isso:
Amar quando não dá vontade.
Perdoar quando dói.
Servir quando ninguém vê.
E continuar acreditando quando tudo parece perdido.
Não há fé verdadeira sem lágrimas.
Não há salvação sem rendição.
Não há cristianismo sem cruz.
O hipócrita fala de Deus com a boca cheia e o coração vazio.
Mas o arrependido fala pouco e chora muito.
E é nesse choro silencioso, longe das câmeras e dos púlpitos,que o céu se inclina e sussurra:
“Agora, sim, eu habito aqui.”
Deus não busca frequentadores, busca corações quebrantados.
Não mora em templos de pedra, mas em almas sinceras.
Porque o cristão verdadeiro não cita Jesus; ele o encarna.
O verdadeiro cristão não sobe em púlpitos, desce em poços.
Não mede santidade em palavras, mas em gestos.
E quando ama, ama até o inimigo,
porque reconhece que o inimigo já foi ele mesmo.
O dia em que cada um de nós parar de apontar pecados e começar a lavar feridas,o mundo verá o rosto de Cristo outra vez.
Não nas palavras, mas nas atitudes.
Porque o Evangelho não é uma bandeira.
É um ato de amor crucificado.
E só quem morreu para si mesmo entende o milagre de viver em Deus.
Rivelino /Victoria Liberalino


