O advogado Rivelino Liberalino faz, neste artigo enviado ao Blog, uma justa homenagem a Petrolina, Terra dos Impossíveis, que está completando 130 anos de emancipação política no próximo dia 21 de setembro.

Confiram:

Petrolina, ou melhor, Petrolinda. Cidade abençoada, moldada pelas águas generosas do nosso São Francisco – o Nilo brasileiro. Foi dele que nasceu a primeira imagem do que seríamos: águas verdes, belas e navegáveis, que trouxeram vida, alimento e esperança.

Sobre essas margens assentaram-se as pedras fundamentais da nossa história: a fé e a educação. Erigiu-se a Catedral, que se ergue sólida e imponente, guardando em suas torres a pujança e a firmeza de um povo que tem na fé sua coluna inquebrantável. Como a Catedral, Petrolina se fez base sólida, erguida sobre a rocha da esperança, da espiritualidade e do trabalho.

Foi também no solo fértil da educação que se levantaram os colégios Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco, templos de saber que, junto à Catedral, se tornaram alicerces do nosso progresso. Sob a intercessão de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, celebramos nossa caminhada com fé, gratidão e a certeza de que não caminhamos sozinhos.

Petrolina cresceu e se fez milagre. O milagre da irrigação, que transformou o semiárido em oásis. Lembro-me, ainda em 1989, quando cursava Agronomia, de participar de um congresso de secretários de agricultura. Houve, então, uma visita de campo que reuniu prefeitos, vereadores e tantas outras lideranças. Era setembro, tempo de seca intensa, de calor forte, quando o que predominava era a caatinga árida e cinzenta. Mas, ao adentrarmos nos projetos de irrigação, éramos brindados com verdadeiros oásis. O impacto visual era indescritível: uvas, mangas, verde em meio ao sertão. Era êxtase, era promessa. Hoje, é realidade.

Foi assim com os pioneiros das famílias, no ciclo do Barracão, com os Padilha, os Coelho e tantos outros que escreveram capítulos fundamentais desta história.

Petrolina deixou de ser apenas passagem para Juazeiro. Tornou-se polo de desenvolvimento, orgulho de Pernambuco, referência nacional em fruticultura e qualidade de vida. Cresceu em economia, em estrutura, em beleza. E floresceu também na primavera de seus ipês roxos e amarelos, que pintam quadros vivos e eternos, colorindo ruas e enchendo de poesia os olhos de quem passa.

Mas Petrolina não é só de frutos e flores: é também berço de cultura e arte. Terra de Ana das Carrancas, que com suas mãos moldou barro e alma, dando rosto ao nosso sentimento coletivo. Terra de músicos, poetas, pintores e artesãos que levam o nome da cidade além das margens do São Francisco.

Quem chega, sente-se abraçado. Quem aqui trabalha, encontra o pão de cada dia. Este subscritor, em especial, aqui encontrou o amor da sua vida. Aqui fez sua morada, seu abrigo. Aqui constituiu família e teve a alegria de ver nascer filhos petrolinenses. Aqui, sou muito feliz.

É verdade, como toda cidade pujante, enfrenta mazelas e desafios. Mas a cada dificuldade, surge a força de um povo resiliente e a dedicação de lideranças que, com suas vaidades e virtudes, disputam o mérito de fazer sempre mais e melhor.

Hoje, ao celebrar 130 anos, rendemos nossas homenagens. Parabéns, Petrolina, cidade entre o céu e o rio; cidade de fé, de luta e de futuro. Parabéns a cada filho natural e a cada filho adotivo que, juntos, constroem diariamente uma das melhores cidades do Brasil para se viver.

Petrolina, orgulho de todos nós. Que venham mais 130 anos de bênçãos, prosperidade, amor e esperança nesta terra que, mais do que cenário de progresso, é lar, é coração, é Catedral.

Rivelino Liberalino/Advogado