Artigo do leitor: Maria Elena na história de uma cultura corajosa

por Carlos Britto // 24 de março de 2015 às 21:06

Marcelo DamascenoA falta de investimentos na cultura de Petrolina, seja por parte do município ou do Governo do Estado, tem feito desaparecer muitos artistas e manifestações culturais da cidade. Aqueles que sobrevivem lutam contra o capitalismo das festas e grandes eventos particulares, que muitas vezes não contêm nada de cultura. Em artigo enviado à nossa redação, o radialista e leitor do Blog, Marcelo Damasceno (foto), faz uma reflexão sobre o assunto.

Marcelo aproveita para destacar o trabalho de alguns gestores municipais que ainda priorizaram ações na área de cultura e lembra o esforço da vereadora Maria Elena, que desde seu primeiro mandato luta pelo fortalecimento das manifestações culturais na região.

Confiram:

Maria Elena na história de uma cultura corajosa

Nos anos 1990 durante o seu primeiro mandato na prefeitura em Petrolina, Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), hoje senador, confiou à sua escudeira no Legislativo, a vereadora Maria Elena, a concepção de um projeto que contemplasse, resgatasse mesmo tudo que fosse vinculado às manifestações populares, do folclore, do teatro, do carnaval, da música. Segundo a parlamentar Elena Alencar em conversa conosco, “o carnaval então retomava as ruas da cidade em grande estilo na expressão do frevo e alma dos trios elétricos e suas estrelas, e nós estávamos nessa mobilização”, explicou.

Em governo anterior de Guilherme Coelho (hoje no PSDB-PE), a folia escondera-se em tímidos tambores e uma meia dúzia de boa vontade dos músicos locais. Subjugados pelo desinteresse da gestão pefelista, o carnaval quase desaparecera. Maria Elena junto a FBC, prefeito (1993-1996), tratara conforme relembrou “de estudos junto aos meus pares nessa legislatura quanto à cultura da cidade sufocada por interesses alheios a isso e imediatistas. Com Teresinha Teixeira, Isabel Cristina, entre outras personalidades do segmento, viriam perspectivas para as variadas manifestações artísticas e folclóricas da população”, completou. 

De lá até aos dias atuais, incluindo o Festival Geraldo Azevedo, Guterima, Museu do Sertão, livrarias e bancas de jornal e revistas, Fundação de Cultura, Grutap, Reisados e  festas de São Gonçalo, Samba de Véio,  blocos de carnaval, músicos da rua, Philarmônica 21 de Setembro, com escassas exceções, apenas sussurram, sofrem de inanição a propósito das sucessivas gestões municipais em Petrolina.

Há dias, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), instalou no auditório do Senai local, ampla assembleia para discutir em minúcias a questão cultural da cidade. Artistas, intelectuais, professores, estudantes e gente comum do folclore popular foram instados a uma colaboração que parece ser uma proximidade pública com o privado produzindo um plano plurianual que amparado em recurso estatal possa devolver em festa e amplificados movimentos culturais o que Petrolina vem perdendo em doses implacáveis, infelizmente sob o jugo do capitalismo animal.

Marcelo Damasceno

Radialista

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Últimos Comentários

  1. Era tão articulado que foi eleito sem voto pelos militares. Não ganhou por mérito próprio, foi imposto.