Artigo do Leitor: Crise à Vista no Vale do São Francisco: Exportadores Preocupados com Taxação dos EUA e Custos de Produção

por Carlos Britto // 17 de julho de 2025 às 13:45

Foto: Daniela Nader/divulgação

Neste artigo, o administrador, contador e mestre em economia Rinaldo Remígio analisa os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente as frutas produzidas no Vale do São Francisco. Ele alerta para os riscos iminentes de retração no setor, prejuízos financeiros, demissões em massa e colapso econômico caso medidas urgentes não sejam adotadas.

Confiram:

O Vale do São Francisco, conhecido internacionalmente pela excelência na produção e exportação de frutas tropicais, vive um momento de apreensão e incertezas. A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, aliada ao aumento crescente dos custos de produção, acendeu um sinal de alerta entre os produtores e economistas especializados em comércio exterior.

Economistas renomados, cujas análises vêm repercutindo em publicações e fóruns técnicos, expressam grande preocupação com o impacto que essas medidas podem ter sobre um dos polos mais produtivos da fruticultura nacional. Após uma apurada análise de especialistas e do cenário atual, os sinais são claros: o setor está em risco de retração severa — e até colapso — caso não haja uma resposta imediata e coordenada.

Impactos Diretos e Imediatos

A combinação da nova taxação com os já altos custos de produção cria um cenário extremamente desfavorável para os exportadores do Vale do São Francisco. A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros torna os itens menos competitivos no mercado americano, principal destino das frutas produzidas na região.

Essa alteração eleva o preço final para os consumidores nos Estados Unidos, o que deve resultar numa queda expressiva da demanda. Com isso, os produtores locais enfrentam a possibilidade de contratos cancelados, estoques acumulados e sérios prejuízos financeiros.

Reflexos Socioeconômicos

Os reflexos vão além dos prejuízos comerciais. A fruticultura irrigada do Vale do São Francisco sustenta milhares de empregos diretos e indiretos. Uma queda acentuada nas exportações pode resultar em demissões em massa, comprometendo a renda de famílias inteiras e afetando profundamente a economia local, que é fortemente dependente da cadeia produtiva do agronegócio.

“É uma situação que preocupa não só o setor privado, mas toda a região”, afirma o empresário do setor Professor Jailson Lira, que é também presidente do Sindicato dos Produtores Agrícola do Vale do São Francisco. Disse ainda: “Estamos diante de uma tormenta que pode levar anos para ser superada, se não forem tomadas medidas urgentes. Urge a necessidade do Presidente da República do Brasil tomar as rédeas da negociação. Só ele pode dialogar diretamente com o Presidente Americano e ter definições imediatas que é o que estamos necessitando”.

Reações e Articulações

Diante do cenário adverso, entidades representativas e lideranças do setor buscam uma resposta diplomática por parte do governo brasileiro. A expectativa é de que o Itamaraty e o Ministério da Agricultura iniciem negociações com autoridades norte-americanas para tentar reverter ou mitigar os efeitos da nova tarifação.

Além disso, há uma mobilização interna em busca de soluções alternativas: redução de custos, renegociação de contratos e prospecção de novos mercados consumidores.

Caminhos Possíveis

Entre as propostas em debate para enfrentar a crise, destacam-se:

Negociações diplomáticas para suspensão ou redução da nova tarifa;

Diversificação de mercados, buscando alternativas ao mercado americano;

Incentivos fiscais e apoio logístico para redução dos custos de produção;

Investimento em tecnologia, com foco em eficiência e aumento de produtividade.

O Vale do São Francisco está diante de um desafio que exige ação coordenada entre setor público e privado. A fruticultura irrigada é um patrimônio econômico e social do Nordeste, construída com muito esforço e inovação. Preservá-la é essencial não apenas para manter as exportações, mas também para garantir emprego, renda e dignidade para milhares de brasileiros.

É hora de agir com responsabilidade e celeridade. O futuro do Vale — e de seu povo — não pode esperar.

Rinaldo Remígio é mestre em economia, administrador e contador. Acompanha de perto as pautas do desenvolvimento regional e a realidade do semiárido brasileiro.

Artigo do Leitor: Crise à Vista no Vale do São Francisco: Exportadores Preocupados com Taxação dos EUA e Custos de Produção

  1. Galdino disse:

    Importante ressaltar que tais tarifas é uma imposição do presidente norte americano como forma de “retaliação política ” , por seu aliado no Brasil não ter vencido as eleições, não aceitado a derrota , estimulou a violência política que culminou com os atos golpistas de 8 de janeiro , está inelegível e corre risco de ser preso e ainda mais tem um filho ” deputado ” que fugiu para os EUA para continuar com suas tramas golpistas, deveria estar aqui no Brasil defendendo os nossos produtores e trabalhadores ou ao menos dw lá mesmo de fora fazer essa defesa . Mas ele prefere o poder a qualquer custo . Lula está defendendo o Brasil e a sua democracia e consequentemente o seu povo . Trump, Bolsonaro e família se assemelham muito quando o assunto é ética democrática: desrespeitam ordens judiciais , não respeitam as constituições de seus respectivos países , ambos desejam que o Brasil seja quintal dos EUA ( por seus interesses próprios, claro) O Congresso capturado por esses interesses parece estar acordando , não por bondade, mas por medo de ser mal visto por parte da sociedade que está acordando . Agora querer colocar no colo de Lula esses problemas , perdão seu economista, mas discordo em parte de seu ponto de vista .

  2. Patricio Emerson disse:

    Ainda tem outra sanção que será realizado pela OTAN caso o Lula continua a comprar diesel da Rússia.

  3. EDILBERTO disse:

    Santa ignorância do defensor do ex presidiário presidente, “Séria culpa do presidente Bolsonaro a taxação de potências como, Canadá. Japão. Rússia, Índia?? Que preferiram o dialogo com EUA, O ex presidiário vem se aliando a ditadores COMUNISTAS desde o inicio do mandato, pra concluir o que começou em 1964 e o exército combateu, um Brasil COMUNISTA. Entrega o Brasil a China COMUNISTA, hoje o “BRASIL É DOS CHINESES”, nós pagamos por isso. Se ele continuar afrontando o pais mais poderoso e DEMOCRÁTICO do planeta, vamos para o fundo do poço, junto com a arrogância do sujeito COMUNISTA, foro de SP faliu, agora o BRICS grupo de ditadores para afrontar o dólar e EUA. Minha visão da realidade atual.

  4. Antônio Marreco disse:

    No mundo de comércio transatlântico, a ação em determinado país, como neste caso dos EUA, causa a desestruturação da economia de diversos setores. Muito boa a análise do articulista. O que moveu o Trump foi sua prepotência, inflada pelos apelos auriculares do filho do Jair (em razão da iminência de condenação em processo criminal), sem ter em mente que a ação implicaria na morte de várias empresas que fornecem para o mercado americano, inclusive, da fruticultura do Vale do São Francisco. Não se pode fugir dessa realidade. O que tem de ser dito.

  5. Patricio Emerson disse:

    O RUIM FICOU PIOR – OTAN quer sancionar o Brasil por causa do LULA. Nada a ver com Bolsonaro.

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Últimos Comentários

  1. São frequentas as notícias sobre tombamento de caminhão com frutas, principalmente as mangas, imagino que seja por dois motivos:Carregamento incorreto…