Artigo: Carta de repúdio ao ato de violência sexista/machista ocorrido em Petrolina

por Carlos Britto // 21 de maio de 2012 às 18:00

Revoltadas com um fato ocorrido no final de abril, durante o “Aldeia Vale Dançar”, promovido pelo Sesc/Petrolina, representantes do Coletivo Feminista do Vale do São Francisco enviaram o artigo abaixo ao Blog.

Confiram:  

No dia 27 de Abril de 2012, durante o evento OVERDANÇA, que encerrou o “Aldeia do Vale” Dançar, realizado pelo Sesc na cidade de Petrolina-PE, especificamente durante apresentação do grupo percussivo “As Conchitas”, testemunhamos uma campanha que, para muitos, foi encarada com descontração, mas que, para nós, ressoou como mais uma forma ofensiva de opressão à mulher, mascarada numa “brincadeira”. Durante o evento, um cidadão carregava um cartaz com a frase: “Eu odeio Vadia”, dizendo fazer parte de uma campanha e pedindo que as pessoas posassem para uma foto com o cartaz. Ao ser protestado sobre o significado da tal “intervenção”, o mesmo respondeu questionando: “Quem nunca perdeu o marido ou o namorado para uma periguete? Quem gosta de vadia?”, sem dar respostas muito consistentes.

Após o ocorrido, encontramos o blog (http://www.pontepop.com.br/2012/04/o-overdanca-encerra-o-aldeia-vale.html), no qual a campanha havia sido divulgada, contendo a seguinte descrição: “Vadia é aquela periguete que vive lutando em prol da destruição da felicidade conjugal dos outros, aquela raça de periguete mal vestida (ou menos vestida) e vulgar que odeia ver casais felizes e vai lá destilar seu veneno”.

Nós, do Coletivo Feminista do Vale do São Francisco, repudiamos tal intervenção. Indignadas com a campanha, sentimo-nos provocadas a nos posicionar considerando-a reflexo de uma sociedade patriarcal e machista, que marginaliza e inferioriza as mulheres, retirando-lhes o direito de ser e construir-se enquanto mulher da forma que considere adequada. Não queremos mais segurar o peso da opressão sobre nossos corpos e questionamos a naturalização dos mesmos.

Por que é errado optar por vestir-se de determinada forma e exercer certas práticas sexuais? Ter desejos e saciá-los? Até quando iremos ver determinados comportamentos com olhar moralista e inquisidor? Por que determinados comportamentos são aceitos e outros não? A que e a quem isso serve? Quem se beneficia com a impossibilidade da mulher manifestar a sua liberdade de ser e se expressar?

Construir nossos corpos e ter domínio sobre eles preocupa os interesses de uma sociedade que por séculos nos roubou esse direito. Nossas vozes hoje clamam pelo livre exercício da sexualidade, sem violência, sem medo, sem culpa; pela liberdade em escolhermos noss@s parceir@s; pela opção de querer ou não querer ter relações sexuais; pela necessidade de viver sem violência, discriminação ou imposição. Cansamos de ter nossos direitos negados, cansamos de ter nossos desejos sufocados, cansamos de carregar o peso diário da opressão que, muitas vezes, nos chega de forma sutil, mas que nos afeta e machuca como qualquer outro. O machismo é cruel e mata!

Não queremos mais ser chamadas de vadias ou putas, por exercer os nossos direitos sexuais e a nossa liberdade de expressar e ser “mulher” da forma que optarmos.

Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES. (Trecho da Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos?)

Nós, mulheres violentadas pela opressão que vivenciamos cotidianamente em qualquer lugar, função ou papel social que ocupamos; nós, mulheres latinas que ainda recebemos 30% menos que os homens, mesmo trabalhando 30 horas semanais a mais que eles; nós, mulheres, que a cada 24 segundos sofremos uma violência física, repudiamos e nos posicionamos contra todas as opressões, violentações machistas, sexistas e patriarcais que secularmente foram e são praticadas contra a figura humana da MULHER, que são veladas, não notificadas, fundamentalmente, na região que vivemos do Sub-Médio São Francisco.

Contudo, este tipo de “brincadeira” vem nos mostrar como ainda vivemos em uma sociedade machista, que se utiliza de xingamentos para caracterizar uma mulher, mesmo quando ela se encontra numa condição de liberdade. Conscientes de que precisamos lutar permanentemente para mudar o mundo, construindo o projeto popular e feminista para a nossa sociedade, que liberte mulheres e homens da opressão do sistema capitalista patriarcal que se sustenta nos pilares sexistas, machistas e racistas, NÓS, MULHERES do campo, da cidade, da periferia, do Vale do São Francisco, SEGUIREMOS EM LUTA E EM MARCHA ATÉ QUE TOD@S SEJAMOS LIVRES!

Nem Santas, Nem Putas, Nem vadias: Livres!! “O Feminismo nunca matou ninguém, já o machismo nos mata todos os dias!!!”.

Coletivo Feminista do Vale do São Francisco

Artigo: Carta de repúdio ao ato de violência sexista/machista ocorrido em Petrolina

  1. Alves disse:

    Embora nada tendo a ver com as questões tratadas,na minha opnião machismo e feminismo é tudo igual, só muda o gênero.Os dois são extremos.O mais importante é o respeito que se deve ter a todo ser humano.

    1. Queila disse:

      Parafraseando o texto principal: “O Feminismo nunca matou ninguém, já o machismo nos mata todos os dias!!!”. Qual dos dois é extremista? Eu, como mulher, serei sempre feminista, porque não quero continuar ganhando menos que os homens, não quero continuar sendo espancada e violentada pelo simples fato de ser mulher, não quero ser confundida com vadia porque estou usando uma roupa mais ousada. Enfim, questões cotidianas relevantes que de tão arraigadas pelo machismo opressor, passam despecebidas e só nos damos conta quando passamos de pedra para vidraça, ou seja, compreendendo a questão pela dor, quando se teve a oportunidade de refletir por meio da informação e do conhecimento que é pelo amor, amor ao próximo e a próxima, amor ao ser humano e não tomar o ser pela marca, pelo rótulo.

    2. Souza disse:

      Concordo com você, Alves, são dois extremos. O que mais vale é mesmo o respeito!

  2. Petrolinense do coração disse:

    Falta do que fazer.

  3. de olho disse:

    vao procurar oq fazer !!!!!!!

  4. Lucineide Braga disse:

    Parabéns ao Coletivo Feminista do Vale do São Francisco pela coragem e disposição em defender com tanta propriedade a MULHER, que apesar “dos direitos iguais” ainda é tão escravizada pela sociedade!

  5. pool disse:

    sou pai como muitos são ,mais devemos salientar que muitas mais não todas das mulheres não gostam dos valores morais nas suas escolhas gostam da fama dinheiro , badalaçãoes e os pais muitas da vezes são convicentes. , todo muito conhece esse rotulo, a propria midia é responsavel por isso pois colocam no mercado produtos e mais produtos para o consumidor consumir , como não tem condições as mulheres não nun todo passam a ver suas escolhas como um financiador em potencial

    1. Alessandra disse:

      Sim, Pool muitas mulheres preferem a badalação e não preservam os valores morais, mas quero te dizer que eu vivo em uma sociedade diferente da qual a minha mãe de 43 anos nasceu e foi criada, os costumes nem sempre são preservados. E que os costumes atuais não sirva de justificativas para o maxismo.

  6. Araujo disse:

    Ser mulher, ser feminino é uma coisa bonita mas…tem que se dar valor e respeitar os valores morais.
    Isso de Feminista do vale é falta de ocupação!

  7. edmilson disse:

    Belo texto… infelizmente tem gente que não soube interpretá-lo. Sou casado, sou filho, tenho irmãs, sobrinha e primas… espero não ver nenhuma das mulheres que me cercam sofrendo qualquer tipo de discriminação.

    1. pool disse:

      CARO LEITOR, ENTENDO EU , QUE O PRIMEIRO PASSO PARA QUE NÃO VENHA A SOFRER DISCRINAÇÃO, SEJA A INDEPENDENCIA FINANCEIRA DA MULHER POIS COM ESSA INDEPENDENCIA A MULHER PASSA A SER MAIS RESPEITADA, COMO DE FATO MERECE E DEVE SER, AGORA ENQUANTO ELA ESTIVER NA TOTAL DEPENDENCIA INFELISMENTE HAVERA PRECONCEITO, A COMEÇAR POIS OS VALORES MORAIS INTELETUAIS AMBOS POSSUEM. NUNGA VI UM HOMENSESUAL RICO OU INDEPENDENTE SER DISCRIMINADO, BEM COMO UMA MULHER DE MULTIPLAS ESCONHA TB RICA OU INDEPENDENTE SER DISCRIMINADA

      1. Alessandra disse:

        Pool, não tenha tanta certeza de que ‘se as mulheres forem independentes não sofrerão preconceitos,discriminação’,pois, eu percebo que em alguns casos (e eu presencio os dois tipos de casos citados) de violência a mulher não se encoraja a denunciar o agressor por que depende financeiramente dele. Mas em outros a mulher não depende dele em nada e nem se quer revida a agressão verbal que sofre, então acho que falta coragem de luta nessas mulheres. E quanto a seu exemplo de que não foi evidenciado casos em que a mulher ou o homossexual independente foi discriminado já foram registrados vários casos em todo Brasil em que ambos foram espancados, mortos por preconceito e eu acho que nenhuma delas fossem ricas,mas parte dessas pessoas com certeza eram independentes .

  8. Naiady - Coletivo Feminista disse:

    Feminismo e machismo não tratam de um mesmo discurso em gêneros diferentes, como foi apontado. Falamos de machismo para representar um modo de opressão construído e vivenciado por séculos (principalmente pelas mulheres, mas não somente por elas), e falamos de feminismo como enfrentamento ao modelo imposto, à opressão a mulher, à violência a mulher, ao direito da mulher ter poder sobre seu corpo, ao direito da mulher ser vista como gente. Posicionar-se contra atos públicos de opressão não é falta do que fazer, ao contrário disso, é saber exatamente o que queremos fazer. E o que queremos (E VAMOS!) é continuar lutando contra qualquer discurso/ação/sistema que nos colocam numa posição de inferioridade, e que o tempo todo tentam nos convencer de que temos que seguir modelos que nos marginalizam e que reforçam a posição de submissão construída para nós mulheres. “Isso de feminista do vale” é se propor a problematizar a naturalização das construções sociais, inquietando os confortáveis e desconfortáveis com as relações de opressão, então, pelos incômodos nos comentários, acredito que estamos começando bem.

  9. nina disse:

    Viva a liberdade feminina!!!!!
    ÀS MENTES RETRÓGRADAS, MEUS PÊSAMES…..

    1. FireWall disse:

      Olha perdão se eu estiver entendendo errado, Mas acredito (Pelo texto lido) que no evento foi tentado fazer um protesto contra “mulheres que roubam cônjuge de outra” .
      Isso é um protesto válido desde que não seja colocado uma pessoa especifica e sim uma classe que comprovadamente está ali pra destruir os lares mesmo.
      Em relação a nina e seu comentário que diz: “Viva a liberdade feminina!!!!!
      ÀS MENTES RETRÓGRADAS, MEUS PÊSAMES” que mente retrógrada seria essa, seria o apoio ao Adultério, a prostituição??? se for isso,Então sou retrogrado com todo orgulho!!! Porem deixo bem claro que TODOS MERECEM E DEVEM SER RESPEITADO!!!

      1. nina disse:

        Temos livre arbítrio. E o q fazemos não é da conta de ninguém, pois pagamos nossas contas…
        Problema seu ser retrógrado é um direito q lhe assiste… e respeito seu ponto de vista!!!!!!
        Somos livres…

  10. CAP disse:

    Primeiro, feminismo não é o oposto do machismo, cuidado com esse analogismo de palavras, vale salientar que se não houvesse opressão contra as mulheres (machismo), realmente o feminismo não existiria, mas esse é apenas a luta pelo fim da opressão e não por uma nova “ordem” de opressão. O feminismo permanece muito eloquente ainda nos dias de hoje, por este tipo de brincadeira, e também por alguns comentários aqui presentes. Nós mulheres ainda somos oprimidas quando recebemos menos pelo mesmo trabalho, quando somos sempre culpada pela traição do outro, quando somos vista como um produto, quando somo culpada por ser estuprada, quando chega em casa e espancada pelo companheiro…!
    E esses valores morais de que tanto falam, são valores impostos por uma sociedade patriarcal e machista…!

    “o objetivo não é mais se tornar tão semelhante aos homens quanto possível, mas transformar radicalmente as relações de gênero, projeto político que, por sua vez, requer a superação de todas as formas de desigualdade”
    Verena Stolcke

  11. Alfredo Moreira disse:

    VÃO PROCURAR O QUE FAZER…
    ARRUMAR UM TROUXA DE ROUPA SUJA NINGUÉM QUER.
    BANDO CHUPA CHARQUE!

  12. Marina disse:

    Engraçado, um Coletivo Feminista se envolver assim numa questão de “repúdio”.
    Nem me lembro das ditas “vadias” no blog se posicionarem com tamanha perplexidade. Visto que claramente citava uma brincadeira, e tenham certeza de que ninguém ali foi “provocado a se posicionar” como vocês.
    Eu sinceramente gostaria que a voz de vocês, que nunca ouvi antes, diga-se de passagem, se posicionassem com questões mais interessantes, à de uma tolice postada numa festa que pros bons entendedores foi uma baita de uma diversão, quem quiser conferir, basta olhar as fotos e o tamanho dos sorrisos.
    Disseram: “Quem se beneficia com a impossibilidade da mulher manifestar a sua liberdade de ser e se expressar?”.
    Viva a liberdade de expressão também!! Se eu quiser expressar que odeio mulher vadia que não respeita nada nem ninguém, eu faço isso da forma que eu quiser. E se eu mulher, quiser postar a minha foto com o MEU repúdio, eu o farei. O post não foi movimento machista, foi libertário.
    Machismo e feminino são extremistas. Preocupem-se em se fazer notar por questões de crescimento para o seu dito, Coletivo do Vale. Façam movimentos, já que sabem de cor os textos feministas e as razões pelas quais o movimento foi criado no país. Comprem brigas de cachorros grandes. Não é com uma carta de repúdio de uma festa com um seleto número de pessoas cultas, sim, cultas mesmo, que tiveram discernimento de entrar numa brincadeira que vocês vão ser notadas por aqui. Até onde sei, a liberdade feminina já foi proclamada faz tempo. Cada uma usa a sua da forma que bem entender. Se eu quero ser mãe de família, e NÃO trabalhar, é opção minha. Hoje posso escolher o que quero fazer. Basta querer. Eu não me sinto presa, e no que se diz respeito a lutar pela igualdade salarial por exemplo, faço a minha parte. Todas estão em luta. E é dentro desse sistema capitalista patriarcal que todas estamos nos destacando desde que haja competência, claro. Se vocês pegarem revistas de business por exemplo, vão ver muitos cases de sucesso ao invés de lerem livros de história.
    Repreende-se quem quer. Assume a tal da carapuça quem quer.
    Minha melhor crítica sou eu. Se me couber, analiso, Se não, nem perco tempo. Nem vou criar caso por conta de piada dos outros que nem foram pra mim.
    Esse narizinho aqui ó, é meu. Isso sim, o feminismo me ensinou.

    1. FireWall disse:

      Marina meus parabens, você falou tudo que muitos (Inclusive eu) queria falar e não encontrou palavras suficientes.
      Parabens, você foi muito feliz em suas palavras!!!

    2. Tainã disse:

      Marina, ao invés de vc pegar uma “revista de business” para perceber a realidade da liberdade das mulheres, vc deveria ir nas comunidades periféricas, nas zonas rurais por aí, e vc vai ver que ó, aqueles narizinhos não são delas. Que papinho mais elitista… reveja seus argumentos.

      1. Rafaela M disse:

        Concordo com o discurso de Marina e não vejo nada de elitista nele, está calcado na realidade que vemos todos os dias! Burro é pensar o tempo todo num discurso político que acaba no final das contas inferiorizando a própria imagem! Acho maravilhoso quando ela cita: Repreende-se quem quer. Assume a tal da carapuça quem quer.
        Minha melhor crítica sou eu. Se me couber, analiso, Se não, nem perco tempo. Nem vou criar caso por conta de piada dos outros que nem foram pra mim. Deixa claro que a proposta dessa carta é equivocada! Por que não gastam seu tempo em ongs e projetos sociais de apoio a mulher? ficam criando caso com bobagens para se promover… Se unem pra que? fazer performances em saraus? por que é soh isso que se sabe na mídia sobre vcs… Ter uma auto estima elevada e se superar sempre não tem nada haver com ser elitista ou não… Esse coletivo deveria estar mais atento em formas de valorizar a imagem da mulher de forma mais ampla… elevada… otimista! E não criando discursos baseados nu passado que n existe mais… E por que uma mulher da periferia não pode acabar numa revista de bussines?? Pode sim! Vá na comunidade ajudar essas suas companheiras… lá vc é mais útil do que criando caso pra se promover…
        O blog disse exatamente a idéia da brincadeira, é claro e achei a defesa dele brilhante! Bos sorte!

        1. Tainã disse:

          Com certeza o mundo em que voces vivem não deve ser o mesmo que eu vivo. Como pode alguem dizer q n existe descaso com a figura da mulher no nosso país? Estamos fazendo, estamos ocupando, e estamos problematizando essas questões aqui e onde houver machismo. Bobagem sua achar q auto-estima vai mudar o mundo, se vc é uma mulher segura e q vive bem… n atrapalhe quem quer ajudar, pq seu discurso de negação de uma realidade extremamente visível não está ajudando em nada. Você vem falar em passado que nao existe mais… fico indignada de verdade e so pergunto… em que mundo vc vive? Ao inves de criticar e apontar o que o coletivo feminista faz ou deixa de fazer, vc deveria nos procurar e se ater sobre o q cada uma de nós faz enquanto feminista, mulher, estudante e pesquisadora, esposa e trabalhadora. Ninguem aqui ta fazendo as coisas ‘pelo rumo das ventas’ não. E se incomoda a você, uma pena, precisamos de mulheres com seu pensamento pra ser transformado, é nesse tipo de cegueira que a gente vai tocar e vai discutir, porque você nega uma realidade baseada em pesquisas, estudos e dados baseados em políticas públicas, ou a ausencia delas. Não menospreze quem tem fundamento e que tem certeza da existencia do problema que estamos tentando combater. Não esquece de que você é mulher, e por tabela, deveria ser feminista. Se não é, é porque ainda n se deu conta do machismo q te cerca, seja dentro de casa, ou seja mundo a fora.

    3. nina disse:

      Vc conhece a Lei nº 8.286/2012?

  13. Leandro Lucio disse:

    Entendi a brincadeira do blog, e achei que não maltrata ninguém! A muito tempo se faz essa onda na net, comparando a celebridades e personagens de novela, que coisa chata! Vadia desse discurso não é a puta! é a mal caráter! Como diz o texto: “sem violência, sem medo, sem culpa; pela liberdade em escolhermos noss@s parceir@s; pela opção de querer ou não querer ter relações sexuais; pela necessidade de viver sem violência, discriminação ou imposição” Isso é uma coisa! Outra é agir com Mau caratismo é que é feio. Confundir essa liberdade ( que diga-se de passagem já existe a muito tempo…) é nojento!

  14. Nitcho disse:

    É claro q o cara q fez a manifestação ta errado e não percebi o nível de machismo no protesto dele, mas tanto o se a mulher em questão “rouba” o namorado da outra é pq ele quis trair a própria mulher, não existe isso de mulher roubar o namorado da outra, mas é claro q a mulher ta errada tb, já q ela ficando com um cara comprometido e sabendo disso, ela só ta reafirmando o lugar submisso da outra mulher e oprimir outra mulher para afirmar a própria liberdade não é feminismo, no feminismo as mulheres pensam no coletivo respeitando e buscando respeito e não apenas no seu próprio prazer

  15. Celia disse:

    O preconceito e o machismo começam por vocês do Coletivo Feminista do Vale do São Francisco !

  16. Junior Souza disse:

    Não sou contra nenhum tipo de relação, independente disso, acho um pouco demais vir a público falar sem conteúdo e, pior ainda, publicar sem saber realmente do assunto, como fizeram alguns blogs aqui da região.
    O termo “Vadia” pode ter várias interpretações, no meu caso, ao me deixar ser fotografado, pensei na questão da vadiagem como sinônimo daquele momento em que estava com um grupo de amigos, dos quais tenho certeza, compartilham de um visão parecida com a minha, de ser livre e deixar viver.

    Coloco aqui as algumas das varias definições do termo.

    Vadia
    Definições.
    Sinônimos: vagabunda, piranha desocupada, à toa, prostituta, sapeca, chamusco, espevitada, espevitado, namoradeira e etc.
    Antônimos: ocupada, trabalhadora, esforçada.

    Sendo assim, pensei em procurar esse dito “coletivo” para expor o caso, mas vejo que é só dar margem a algo que nunca aconteceu.

    1. CAP disse:

      Mil perdões, mas a carta tem conteúdo sim.
      Concordo que faltou a problematização do termo Vadia, que querendo ou não, passa por um processo de ressignificação. Vejam as Marchas da Vadias que estão acontecendo em algumas capitais e a problematização que grupo faz…
      Eu só não entendo como toma-se esse termo com a Palavra ÓDIO na frente e o utiliza como vc mesmo disse “como sinônimo daquele momento em que estava com um grupo de amigos, dos quais tenho certeza, compartilham de um visão parecida com a minha, de ser livre e deixar viver.” Como alguém pode ser livre odiando algo, odiando alguém?

    2. Alessandra disse:

      Júnior, eu concordo com a CAP; como toma-se esse termo com a Palavra ÓDIO na frente e o utiliza como vc mesmo disse “como sinônimo daquele momento em que estava com um grupo de amigos, dos quais tenho certeza, compartilham de um visão parecida com a minha, de ser livre e deixar viver.” Ou seja, vc estava em um momento de ‘vadiagem’ (ou qualquer outra definição do termo que citou a cima)com os amigos, e pegou a placa com eu odeio vadia? odeia a vadiagem momento no qual vc estava? como assim? Quanto ao motivo de alguma das outras pessoas terem tirado a foto, eu ouvi muitos justificando que “fosse algo relacionado com a marcha das vadias” como? se tinha o ODEIO destacado na placa?

  17. S-antinho disse:

    Cria-se uma confusão com os termos VADIA, VAGABUNDA E PIRIGUETE, enquanto sabemos isso é apenas uma briga promovida na internet, quando no PESSOAL, muitas mulheres que são vadias, tratam as outras mulheres também por vadias.

    A GLOBO que o movimento feminista tanto vangloria de as apoiar, passou um CURSO INTENSIVO DE COMO SER PIRIGUETE, no PROGRAMA MAIS VOCÊ, com a sempre inútil ANA MARIA BRAGA.

    ENTÃO, DEIXEM DE OPORTUNISMO EM ANO POLÍTICO E VÃO PROCURAR O QUE FAZER QUE O TERMO VADIA, VAGABUNDA E PIRIGUETE É APOIADO PELAS PRÓPRIAS MULHERES, POIS EU JÁ VI MULHER DIZER DENTRO DE ÔNIBUS QUE GOSTA MESMO DE SER PIRIGUETE, PEGAR MARIDO DAS OUTRAS E SAIR COM MAIS DE UM POR DIA OU POR NOITE, QUER DIZER, SE É QUE EU CHAMARIA ELA ALÉM DE RAPARIGA, VAGABUNDA OU MULHER.

    QUEREM TRANSAR COM QUEM QUISEREM VÃO TRANSAR, É UM DIREITO DE VCS, AGORA, “QUE COISA ESTRANHA. EM CASA ELA É SANTINHA, NA RUA ELA É PIRANHA”, NO ENTANTO, FICAR USANDO A MÍDIA PRA DIZER QUE “NÃO SOU PUTA NEM SOU SANTA, SOU MULHER”… RESPEITEM-SE A SI MESMAS PRIMEIRO, PARA TEREM O RESPEITOS DOS HOMENS INDEPENDENTE DO VOLUME DE SUAS VIDAS SEXUAIS.

    1. Tainã disse:

      Nao vivemos em função do respeito que os homens nos dão. As mulheres devem ir em busca do respeito de TODAS AS PESSOAS. Cuidado nas palavras porque muitas mulheres nao sabem o quanto é problemático chamar outra de puta, vadia, ou seja lá o que for. É um exercicio dificil de se fazer na hora da raiva, mas é extremamente possível. A pessoa que postou esse comentário, inclusive, deveria estudar melhor sobre o feminismo, porque com certeza não conheço essa corrente que se inspira na globo e na ana maria braga. Se não sabe o que falar, é melhor calar a boca. Toda problematização e construção é viavel, mesmo que com alguns erros que cometemos na carta, quando dezenas de mulheres morrem todos os dias no mundo, porque as pessoa so fazem reproduzir o falso moralismo e o machismo nosso de cada dia.

    2. Alessandra disse:

      SE SER VADIA (PIRIGUETE,VAGABUNDA…) É SER LIVRES SOMOS TODAS VADIAS !!!

  18. Miriane Araújo disse:

    Eu acho super lindo o falso moralismo de mulheres que se consideram livres e feministas.
    O bom delas é que aceitam que seus parceiros, maridos, namorados, ficantes e afins tenham outras mulheres e fora elas.

    “O preconceito começam por vocês do Coletivo Feminista do Vale do São Francisco !”

    1. CAP disse:

      Equivoca-se em seu comentário…
      O que tomas por falso moralismo??
      O que é ser livre?
      O que é ser feminista?
      Que preconceito é esse, subjugado ao coletivo?
      A luta é para tornar-se livres, livres de comentários como esses, livres de caracterizações chulas, livres de xingamentos, livres de espancamento, livres de estupradores…

      Quanto as mulheres serem feministas, acho paradoxal elas não o serem. Acho engraçado é que muitos comentários de mulheres presente nesse espaço são tão carregados de machismo, essa é naturalização que falamos, as coisas tornam-se tão “natural” que nem as mulheres se apercebem dessa discriminação…
      “Natural” também são as conquistas que o feminismo alcançou, porque por mais entranho que isso possa aparecer a vocês “mulheres”, Esse espaço só pode ser comentado por vocês, por conta das FEMINISTAS de outrora…!

    2. pool disse:

      se o cara tiver dinheiro não tenho duvida a mulher pega ele com outra , ele aumenta o cartõa de credito seu limite ou troca de carro e estamos resolvidos , afirmo claro que nen todas são iquais falo no geral. a soluçaõ prezadas mulheres é sua independencia finaceira com ela esse tipo de coisa não acontece pois voces dão o pé na bunda do cara vou preparar minha filha para ela ser i n d e p e n d e n t e

      1. pool disse:

        lei-se cartaõ

  19. Rafaela M disse:

    Ahazou Marina!!!! É isso mesmo! Sabe… estão oferencendo curso de corte e costura no Senac de graça! De bordado nas rendeiras do José e Maria, instituições precisando de voluntárias…. Fikadica !

    1. Ana Amorim disse:

      Como vc é cretina né Rafaela M? Mandar as mulheres fazerem curso de corte e costura, pra se ocuparem?
      Vc ainda é desse tempo?! Aliás seu protegido fez né?
      Pergunta pra ele se ele indica? rss
      Aí tu aproveita e faz, assim vcs vão ter algo a mais em comum…!!!! #Ficadica ;)

  20. Keith - Coletivo Feminista disse:

    Entender e perceber processos de opressão e o quanto a sociedade é construída para nos controlar, nos individualizar, marginalizar e degladiar é um processo difícil, mas não impossível de ser (Re)construído, são anos de história de naturalização de fatos e de ensinamentos que nos fazem aceitar em vez de refletir criticamente sobre o que nos é dado. É na contra-mola que nós do Coletivo Feminista procuramos calibrar o olhar e ver as relações a partir de outro prisma, não estamos aqui propondo o afastamento entre nós (pois é isso que querem, querem nos afastar, nos tornar inimig@s para que não tenhamos força para lutar junt@s pelos nossos direitos e por uma sociedade mais justa e solidária). Só não podemos aceitar e fingir que temos direitos iguais, que somos tratadas da mesma forma, que não somos violentadas todos os dias de todas as formas. Os gritos dos oprimidos ecoam pelas ruas, campos, cidades, quilombos (…), por quanto tempo nos faremos surdos a esses gritos, o mundo nos chama a percebê-lo de outra forma e acima de tudo a agirmos para construir uma sociedade em que não exista mais oprimidos (nem pessoas, nem animais, nem terra…), será a era onde o amor reinará! Pelo que entendi, muitas pessoas ainda não compreenderam por que e para que lutamos, o que representa uma luta feminista… Diante disso convidamos a tod@s a participar de nossos encontros, para que possamos dialogar e construir junt@s formas de pensar e agir.
    (Na carta podem encontrar nosso email, onde terão mais informações sobre nossos encontros e nossas frentes de luta)

  21. Keith - Coletivo Feminista disse:

    cantamos porque o rio esta soando
    e quando soa o rio / soa o rio
    cantamos porque o cruel não tem nome
    embora tenha nome seu destino

    cantamos pela infância e porque tudo
    e porque algum futuro e porque o povo
    cantamos porque os sobreviventes
    e nossos mortos querem que cantemos

    cantamos porque o grito só não basta
    e já não basta o pranto nem a raiva
    cantamos porque cremos nessa gente
    e porque venceremos a derrota

    cantamos porque o sol nos reconhece
    e porque o campo cheira a primavera
    e porque nesse talo e lá no fruto
    cada pergunta tem a sua resposta

    cantamos porque chove sobre o sulco
    e somos militantes desta vida
    e porque não podemos nem queremos
    deixar que a canção se torne cinzas.
    (Mario Benedetti)

  22. Petrolinense do coração disse:

    Hoje em dia tá difícil, não se pode mais falar ou fazer algo que já levam para o lado da discriminação/racismo.

    Alguém viu racismo no clip de Alexandre Pires?

    Algum homem reclama de ter que trabalhar 5 anos a mais que uma mulher pra poder se aposentar?

    Algum homem reclama que todos os programas do governo são fornecidos às mulheres (cartão bolsa-família sempre é emitido em nome da mulher, minha casa minha vida a chave é entregue à mulher, etc.).

    Vá no centro de Petrolina e entre em loja por loja e veja a diferença entre a quantidade de mulheres e homens que trabalham, é claro que 90% são mulheres, e por acaso alguém vê os homens reclamando?

    Sem mais comentários.

  23. Raphaella disse:

    Embora tenha o escopo de uma brincadeira, não podemos subestimar os sentidos que o discurso carrega. Chamar de “vadia” a mulher que se envolve com alguém comprometido é tirar do homem a responsabilidade de tal ato. É continuar responsabilizando a mulher pela imoralidade do mundo e dando a sociedade, como sempre, o direito de violentá-la física e simbolicamente, afinal, a culpa é dela, a mulher é a vadia. E a responsabilidade da pessoa comprometida? É “natural” que o homem traia, devemos continuar tirando deles a responsabilidade e massacrando a mulher? Estas representações precisam ser problematizadas.

  24. Ana Amorim disse:

    Parabéns pro Coletivo Feminino, alto nivel!!!
    Enquanto do outro lado… quanta baixaria, as próprias mulheres com preconceito para com elas mesmas e contra as outras, e sem perceber…quanta asneira!!!
    “As vizitas no blog aumentaram”… tadinho, deve ser difícel ser blogueiro de moda e sem recursos em uma cidade tão pequena. Precisou usar e expor os amigos ao ridículo, só pra chamar a atenção!!! tstststs
    Lavar roupa suja é um trabalho dígno! Não seria o caso do blogueiro mudar de ramo?! kkkkkk

  25. mirela disse:

    muito interessante seus conteúdos gostei muito deles. Parabéns :)

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