Após eleições no Congresso, Dilma parte para estratégias a fim de garantir governabilidade

por Carlos Britto // 02 de fevereiro de 2015 às 09:45

dilmaApós as eleições para as presidências na Câmara e no Senado, a presidente Dilma Rousseff convocou neste domingo (1) seus principais ministros para traçar estratégias visando a reaglutinar sua base parlamentar depois de uma disputa entre os dois maiores partidos governistas pelo comando dos deputados.

Desde sábado, percebendo que sofreria um revés na eleição da Câmara, ministros do governo já tentavam reconstruir as pontes que foram danificadas durante a disputa entre PT e PMDB pela presidência da Casa, relatou à Reuters um parlamentar petista, sob condição de anonimato.

“Não pode começar o dia amanhã (segunda-feira) quebrando tudo. Precisamos ter um acordo pela governabilidade”, disse o petista.

Dilma convocou, no Palácio da Alvorada, os ministros das Relações Institucionais, Pepe Vargas, das Comunicações, Ricardo Berzoini, da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e da Defesa, Jaques Wagner, para analisar o resultado das eleições no Congresso.

O candidato do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), eleito no primeiro turno para a presidência, sempre foi considerado um desafeto político do governo e há temor de que ele tenha uma postura radical no comando da Casa.

Após eleito, Cunha afirmou que não será “submisso” ao governo, mas que não terá postura de oposição.

Segundo a fonte petista, Wagner tem conversado com o vice-presidente Michel Temer, que preside o PMDB, para curar rapidamente as feridas deixadas pela disputa acirrada entre os dois partidos na Câmara.

Um auxiliar de Cunha disse à Reuters, na sexta-feira, sob condição de anonimato, que o peemedebista estava “muito irritado” com o governo e com a tentativa de interferência na disputa no Congresso.

E, apesar de Cunha ter negado que fará retaliações ao governo, um peemedebista disse que já é possível perceber que ele mira uma pauta que pode causar problemas para o governo.

“Ele defendeu (no discurso) mudanças no pacto federativo. E disse que os governos estaduais e os prefeitos passam por dificuldades e que o Orçamento está concentrado nas mãos da União. Ou seja, esse discurso indica que ele pode querer tirar receita do governo federal para ajudar os governos locais, o que é ruim para o Executivo“, avaliou a fonte, pedindo para não ter seu nome revelado.

Preocupação

Esse peemedebista avaliou ainda que o governo mostrou sua desarticulação política nas eleições da Câmara e que a base está muito enfraquecida.

“Se a gente somar os votos do Cunha e os do (Júlio) Delgado (candidato do PSB à presidência da Câmara, que teve 100 votos), dá 367 votos. Ou seja, é uma maioria oposicionista”, afirmou a fonte. Chinaglia teve apenas 136 votos. “Mesmo com o governo dando ministérios importantes ao PR, ao PP, ao PSD e ao PTB”, arrematou o peemedebista.

Se no Senado o governo viu, como queria, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reeleito, a situação também não é totalmente segura, na avaliação desse peemedebista.

“Lá os 31 votos do Luiz Henrique (da Silveira, peemedebista que concorreu contra Renan) são preocupantes, porque mostram que a oposição parte desse patamar“, disse.

A articulação política foi uma das marcas negativas de Dilma no primeiro mandato, com reclamações constantes dos aliados. Apesar disso, o governo colheu poucas derrotas em votações importantes. (fonte/foto: Reuters)

Após eleições no Congresso, Dilma parte para estratégias a fim de garantir governabilidade

  1. Maria do Socorro disse:

    Múúú, Cof-Cof-Cof, Múúú…

  2. Goethe-Br disse:

    …-apezar das desavenças na disputa pelo poder,na câmara ,não credito que o Cunha tenha a pretensão do poder pelo poder…-ele deixou claro que exigirá de todos ,a autonomia dos três poderes democráticamente…isso o potencializa perante o eleitorado e a nação,para que nas próximas eleições possa ser o candi
    dato a presidência ,quem sabe até com o apoio do próprio LULA (PT),e aliados…-não impede porém que os urubús ,as aves de mau augúrio e os pessimistas de plantão, deixem de tentar botar lenha n’um fogueira ,acredito ja extinta. para tentar
    perpetrarem as disputas ao longo das administrações nos três poderes….o que po
    ria,no meu entender, em jogo, até o próprio processo de democratização… -luta na qual o PMDB, PT e aliados tiveram e teem atuações preponderantes perante a história… – como o líder das oposições,nos seus arrobos de oratória nos quais abusa da força de expressão e usa de um linguajar ameaçador ao governo e aos seus aliados…acredito que o executivo e o legislativo que contam com a maioria no congresso, terão a responsabilidade de defender a boa governabilidade…a todos.
    uma feliz noite e …-SHABAT SHALLON !… -Goethe-Br

  3. Goethe-Br disse:

    …-por fineza,qual foi o destino que teve o comentário que fiz ainda a pouco ?…- de já, grato-Goethe-Br

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