Até 2013, dois tipos de agrotóxicos serão banidos do mercado brasileiro por colocar em risco a saúde humana. Essas substâncias já são proibidas em países como os da Europa.
O metamidofós é um dos produtos que serão retirados do país. Depois de estudos revelarem que a substância pode alterar o funcionamento do sistema reprodutor, a vigilância sanitária decidiu que os agricultores brasileiros poderão utilizar o metamidofós somente até 30 de junho de 2012. O uso da substância – indicada para o controle de insetos, besouros, pulgas, minhocas, lagartas e outros bichos em plantações de algodão, batata, feijão e tomate. Estima-se que agricultores brasileiros tenham gasto cerca de US$ 15,8 milhões com a importação do produto somente em 2008.
Estudos toxicológicos nacionais e estrangeiros, citados pela Anvisa, mostram que a exposição e o consumo de alimentos contaminados pela substância podem provocar vômito, diarreia e intoxicação aguda que pode levar a quadros de coma, parada respiratória, infertilidade ou até a morte. O endossulfan será banido a partir de agosto de 2013. Aplicado como inseticida em lavouras de algodão, café, cana-de-açúcar e soja, pode desregular os sistemas reprodutivos e endócrinos em trabalhadores rurais e na população. É facilmente absorvido quando em contato com a pele.
No parecer em que determina o fim do uso do produto, a Anvisa lembra que um vazamento de 8 mil litros de endossulfan, há quatro anos no Rio Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, resultou na morte de diversas espécies de peixes. A última substância banida pela Anvisa foi a cihexatina, que teve o uso proibido em novembro. A substância era usada na produção de maçã, morango, pêssego, café e berinjela. Pesquisas em laboratório sugerem que o agrotóxico não é seguro para trabalhadores e consumidores, podendo desencadear má-formação do feto e afetar a pele, os pulmões, a visão, o fígado e os rins.
Processo de avaliação
O registro que autoriza o uso dessas substâncias no país é concedido pelo Ministério da Agricultura. Antes, a Anvisa faz uma avaliação sobre o impacto à saúde, e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avalia as consequências ao meio ambiente.
A retirada de um produto do mercado, na maioria das vezes, não é bem recebida pelos fabricantes e produtores rurais, que recorrem à Justiça para manter o uso da substância. Atualmente, mais nove agrotóxicos estão no processo de reavaliação – a maioria deles já é proibida em outros países. A agência não tem data para concluir o trabalho. (Fonte: Agência Brasil)



No dia em que os consumidores começarem a exigir no momento da compra de seus alimentos a rastreabilidade, a garantia de procedência, e análise de resíduos contaminantes é que o cenário muda. Faça uma campanha de consumo consciente. Você leu a reportagem sobre o resultado das análise que foram realizadas pela Anvisa? O pimentáo ficou em primeiro lugar, a batata estava com 0%, mas será que o pimentão que compramos e consumimos em Petrolina é o mesmo? E a batata? Reportagens assim podem penalizar excelentes produtores, náo se pode colocar tudo no mesmo balaio. Existem produtores conscientes e que trabalham de forma organizada e criteriosa, mas infelizmente como em todos os negócios existem aqueles que não agem da mesma forma. Não podemos misturar o joio e o trigo. Os produtos citados na reportagem há muito tempo que muitos produtores de uva e manga do Vale do São Francisco não utilizam para controle de pragas e nem precisou o governo proibir. Precisamos ir atrás dos verdadeiros vilões!
Ótima análise feita pela colega Mônica: o agrotóxico é um insumo muito importante e um dos responsáveis pelo aumento da produtividade da agricultura brasileira, agora ver uma recomendação de um órgão federal para se consumir sómente produtos orgânicos é, no mínimo, fugir da responsabilidade maior que é a da educação sanitária. Os agricultores, aplicadores dos insumos, devem ser conscientes da necessidade de se respeitar o período de carência dos produtos e, principalmente, só utilizar produtos registrados para a cultura. O agrotóxico, assim como as motocicletas, são perigosos, na medida em que não se respeitam as normas de segurança na sua utilização.