A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou uma nota na qual manifesta “profunda preocupação” com os cortes no orçamento das universidades federais realizados pelo Congresso Nacional durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Segundo a entidade, a redução compromete seriamente o funcionamento das instituições e exige recomposição imediata dos recursos.
De acordo com a Andifes, o orçamento inicialmente previsto no PLOA 2026 para as 69 universidades federais sofreu um corte de 7,05%, o que representa uma redução de R$ 488 milhões. A associação alerta que os impactos atingem diretamente áreas essenciais. “Esses cortes incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior”, destaca a nota.
A entidade também chama atenção para os cortes na área de assistência estudantil, estimados em cerca de R$ 100 milhões, que colocam em risco a execução da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Para a Andifes, a medida compromete avanços recentes: “Colocando em risco avanços recentes na democratização do acesso e da permanência no ensino superior público”, afirma o texto.
Outro ponto de preocupação é que, mesmo antes de considerar os efeitos da inflação e dos reajustes contratuais obrigatórios, o orçamento de 2026 pode ficar abaixo do executado em 2025. “Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025”, ressalta a associação.
Além das universidades, a Andifes aponta que instituições estratégicas para a ciência brasileira também serão afetadas. “Cortes semelhantes também vão impactar o orçamento da Capes e do CNPq”, alerta a nota, reforçando o efeito em cadeia sobre a produção científica e a formação de pesquisadores.
Para a entidade, o cenário é preocupante e ameaça diretamente o papel das universidades federais no país. “Estamos em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, conclui a Andifes.
A entidade afirma que seguirá mobilizada e atuando de forma articulada junto ao Governo Federal e ao Congresso Nacional para defender a recomposição do orçamento das universidades federais, a valorização da ciência e o cumprimento do compromisso constitucional do Estado brasileiro com a educação pública e o desenvolvimento do país.


