Alepe realizará audiência pública para debater usina nuclear em Itacuruba

por Carlos Britto // 19 de outubro de 2019 às 14:22

Plenário da Alepe , no Recife. (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press arquivo)

A Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizará, na próxima segunda-feira (21), uma Audiência Pública com ambientalistas e pessoas contrárias a instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão de Itaparica. O debate será realizado às 10h no auditório Ênio Guerra, na Alepe.

É um tema de grande importância para o nosso estado principalmente para aqueles que vivem no Sertão e dependem do Rio São Francisco para sobreviver. A construção de uma obra dessa magnitude traria grandes consequências para o meio ambiente, e um sentimento de insegurança que precisa ser debatido“, afirmou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade Wanderson Florêncio.

Além de Wanderson Florêncio, já confirmaram presença na audiência pública os deputados Priscila Krause (DEM), Lucas Ramos (PSB), Sivaldo Albino (PSB) e Doriel Barros (PT), a professora de Antropologia da UPE Vânia Fialho, o professor da UFPE Heitor Scalambrini, o chefe do departamento de Energia Nuclear da UFPE Antônio Celso Dantas, além de representantes da Pastoral da Terra, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e da Associação Nacional de Material Reciclável.

Ambientalistas, o arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando Saburido, quilombolas, tribos indígenas e movimentos sociais já se mostraram contrários a construção da usina, que ofereceria riscos a população da região e ao rio São Francisco, que passa por cinco estados e 521 municípios.

É um debate que precisa ser plural para que a maior quantidade de setores da nossa sociedade se sinta representada. Convidamos a sociedade civil para debatermos para escutarmos aqueles que sofrerão diretamente com as consequências”, disse Wanderson Florêncio.

Plano

A Construção da usina nuclear em Itacuruba está no Plano Nacional de Energia 2050, do Ministério de Minas e Energia, entretanto, tal iniciativa não é permitida pela Constituição de Pernambuco. De acordo com o artigo 216, é proibida a instalação de usinas nucleares no estado até que se esgotem toda a capacidade de produção de outras fontes de energia, como eólica, hidrelétrica e solar. (Com informações da FolhaPE)

Alepe realizará audiência pública para debater usina nuclear em Itacuruba

  1. Defensor da liberdade disse:

    Mais de 500 usinas em funcionamento pelo mundo e apenas 3 tiveram acidentes, menos de 1%. 2 por defeitos de projetos da década de 70, e 1 por uma fatalidade quase que inimaginável.

    Esse debate deve ser mais científico, pois o que vejo é apenas emoção e muito blábláblá, afinal menos de 1% é um risco mais que tolerável, praticamente comum em qualquer tecnologia.

    A usina nuclear é a resposta para o problema no setor elétrico brasileiro, altamente dependente do regime de chuvas nas diversas regiões do país, e custo de produção elevado. Há de se considerar também a evolução que a energia dos átomos sofrerá com o desenvolvimento dos reatores por fusão nuclear.

    O Brasil sempre na contramão do desenvolvimento, culpa em partes da péssima educação recebida, parece que fazemos parte da idade média ainda. Os EUA vão usar mini reatores na retaguarda para diminuir o uso de combustíveis fósseis em operações militares, vejam bem: em operações militares! Imaginem o risco do reator ser atingido por ataques aéreos ou de artilharia dos inimigos? E brasileiro preocupado com um reator no Rio São Francisco, num país historicamente pacífico, sem risco de conflitos, guerras, terremotos, maremotos, enchentes, etc

    É brincadeira uma coisa dessas.

  2. Defensor da liberdade disse:

    Achou que o maior risco à segurança na implantação de reator às margens do São Francisco, é os políticos roubarem a verba de construção do reator…

  3. Edilberto disse:

    É uma vergonha para nosso estado, representantes do povo sem nenhum compromisso com o povo ou estado, propor um absurdo desses, porque eles não respeitam o artigo 216 da constituição de Pernambuco? Se eles já alegam que o S. Francisco está secando, agora estão querendo varrer do mapa o rio definitivamente. As Usinas Angras do Rio de Janeiro, hoje quem toma conta é o tráfico, eles permitem ou não o acesso, porque não servem pra nada, estão abandonadas, é mais um desperdício dos Governos corruptos. Sem querer me alongar mais, países desenvolvidos estão deixando este tipo de energia suja de lado, hoje estes países possuem áreas mortas, o resíduo nuclear é um problema sério que exige aterros específicos centenários, talvez esses políticos queiram descartar no rio mesmo! CONVOCO AS PESSOAS PARA SE MANIFESTAREM CONTRA, o rio é nossa joia maior e políticos sujos querem destruir, o interesse é o investimento de R$ 30 bilhões isso vai gerar muita propina como vemos na transposição.

  4. Otaviano Alves Cajui(CD) disse:

    Creio que as preocupações ambientalistas tenham fundamento, porem todas as fontes existentes causam danos. A eólica usando os ventos atentam contra os pássaros migratórios, e danos na sua instalação, quanto a solar não vou admitir o sombreamento de vasta porção de terra, a do petróleo e do carvão está ai empesteando tudo, aquecendo o planeta e flertando com o fim.
    Também fico com um pé atrás quanto a nuclear, elas estão ai há muito tempo, e já deu prova de sobejo do perigo.
    Agora digam-me como iremos aplacar a fome por energia?.

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