Conhecido pela sua posição de coadjuvante nas alianças políticas em Petrolina nas disputas pela prefeitura, o PCdoB ao menos pretende chegar na proporcional como uma das forças protagonistas. Se ainda está definindo os rumos que tomará para a majoritária, o partido deixa claro o que quer na proporcional: ter voz e vez no Legislativo Municipal, canalizando o anseio dos movimentos sociais da cidade.

Para isso o PCdoB aposta as fichas em quatro pré-candidatos. Um deles é Carlos Holanda. Com uma larga trajetória nas bases populares, Holanda vai pleitear uma vaga na Casa Plínio Amorim, pela primeira vez, embora há 20 anos já venha atuando em coordenações de campanhas políticas. Pautado no trabalho em prol da agricultura familiar, ele já está até com o discurso afinado.

Segundo Holanda, esse setor ainda é pouco priorizado pelos governantes. Ele cita como exemplo o Porto de Palha, na área ribeirinha de Petrolina, que através do estado foi beneficiado por um projeto de apenas R$ 3 milhões, que permitiu introduzir a agricultura irrigada na comunidade, modificando a vida dessas famílias. Mas a instabilidade política do país já trouxe consequências indesejáveis para os agricultores, que viram o Governo Temer cortar o orçamento para o setor.

O pré-candidato, inclusive, não mede críticas em relação à gestão do presidente interino Michel Temer, o qual quer tirar, a todo custo, os direitos adquiridos da classe trabalhadora. Citando o Programa ‘Minha Casa Minha Vida’, Holanda lembra que muitas pessoas que sequer “tinham um quarto para morar” conquistaram o sonho da moradia própria. Ele frisou que nos últimos 12 anos, durante as gestões do ex-presidente Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff, baseadas no anseio das classes populares, trouxe uma parte do orçamento da União para melhorar a vida dos brasileiros. Mas a tentativa de golpe do governo interino de Temer representa um retrocesso. “Tudo o que está aí hoje é uma farsa”, alfinetou.

Otimismo

Holanda também não alivia em relação ao Congresso Nacional, que segundo ele bloqueia pautas fundamentais para o desenvolvimento do país, inviabilizando o que já tinha sido conquistado. “O povo já percebe isso no preço do feijão, do transporte, na dificuldade em encontrar vagas de emprego”, pondera. Ele acredita que a atual conjuntura política, principalmente para a campanha que se aproxima, evidencia um “medo do enfrentamento” por parte dos partidos que dão base a Dilma. Mas ele garante não ser o caso do PCdoB, que foi o primeiro a tentar não deixar o que estava previsto acontecer, como de fato aconteceu.

Holanda disse estar otimista em sua primeira disputa por cargo eletivo. Primeiro devido à mudanças implementadas pela Justiça Eleitoral nas eleições municipais deste ano, as quais devem aumentar a competitividade entre os candidatos. Depois, pelo fato de seu nome não ter rejeição, até porque concorrerá pela primeira vez.

Além disso, ele vai referendado por sua longa história como militante estudantil, passando pelo trabalho junto às comunidades eclesiais de base e por ser também a voz de segmentos como os dos representantes de bairros, que tiram do próprio bolso para defender os interesses dos comunitários, ou do transporte alternativo de passageiros e dos mototaxistas, que facilitaram a mobilidade urbana da população. “É por esses atores que fizeram Petrolina uma cidade melhor de se viver que a gente se empolga para colher um bom resultado nas urnas esse ano”, finaliza.