Ainda dá tempo para mudar, crê leitor

por Carlos Britto // 02 de agosto de 2011 às 20:00

O bacharelando em Direito, Ualleson Pereira, faz uma análise desanimadora da atual conjuntura política de Juazeiro, mas acredita que cabe à população mudar essa história.

Confiram:

É notório o fracasso de quem governa Juazeiro. Posso até parecer precipitado, mas, por aqui, infelizmente, essa afirmação caminha firme em direção à unanimidade. Porém, temos de ter a sensatez de que esta não será atingida por conta dos contratados que estão trabalhando no município que não se submeteram a concurso público, apesar da promessa de mudança.

Motivados pelo insucesso do atual gestor municipal, forma-se, nos bastidores, por figuras carimbadas da política local, uma ampla frente para miná-lo do poder. É o que se comenta.

Li na imprensa o apelo do ex-prefeito Joseph Bandeira para que o PT tenha candidatura própria. Mas o mesmo se esquece que já teve duas oportunidades e que, apesar de alguns avanços em algumas áreas, no quesito austeridade fiscal, a sua administração foi uma lástima. E hoje Juazeiro paga caro por isso.

Já o também ex-prefeito Misael sinalizou que não irá disputar o pleito local e que pretende abandonar a política. Já vai tarde. O seu fracasso na última campanha eleitoral talvez consiga explicar o porquê disso.

Todos esses (Isaac, Joseph e Misael) têm em comum, não tenha dúvidas, o gosto pelo mesmo hit: a dança do “pudê”. São uns eternos apaixonados pela canção do “pudê”. Querem, com as suas suaves vozes, cantar o melô do “pudê”. Enfim, querem ser os donos do “pudê” de todo jeito. Mas esquecem que “todo poder (“ou pudê”) emana do povo”, como aduz o parágrafo único do art. 1º da Constituição Cidadã de 1988. Ou pelo menos deveria emanar.

Quero, com isso, alertar o povo juazeirense que se sintam, também, donos do “pudê”, uma vez que existem formas de participação popular previstas na Constituição e na legislação. Mas primeiro temos que conhecê-las. Não podemos mais deixar essa gente, sozinhos, tomarem conta do “pudê”, pois o resultado, infelizmente, é sempre o mesmo: o exercício do “pudê” pelo “pudê” e o desmonte do erário para sustentar os privilégios de quem hoje é dono (ou se acha dono) do “pudê”. Aliás, é pra isso que o Estado brasileiro existe. É só ver a relação entre o que se arrecada e os índices sociais que envergonha o país.

E a culpa não é só dos políticos. Estes (a maioria) já fizeram a sua parte: nada. Ela é nossa também, pois assistimos diuturnamente a mesmice sem a capacidade de nos indignarmos. Como bem disse Frei Beto: “governo é como feijão, só funciona na panela de pressão”. Ou nas palavras de Ciro Gomes: “não faz sentido, numa democracia, uma ultra-representatividade como temos”.

É inútil esperarmos por qualquer modificação de quem tá no “pudê”. Portanto, temos que aprender a cantar a dança do “pudê”, que existe e anda pairando nos textos normativos, se quisermos exercitá-lo um dia; ou então dançaremos, como sempre e como meros coadjuvantes, o melô de quem compôs, com seu grupo, a dança do “pudê”.

Ualleson Pereira da Fonseca bacharelando em Direito pela UNE

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