Agricultora perde bebê e culpa HDM por negligência

por Carlos Britto // 17 de junho de 2010 às 07:00

HDMA agricultora Eva Luzia Souza, 23 anos, não consegue esconder o trauma vivido na tarde do último domingo (13). Natural do distrito de Rajada, a cerca de 70 km de Petrolina, ela procurou atendimento no Hospital Dom Malan (HDM)/Imip para dar à luz ao segundo filho, mas não conseguiu. Pronta para entrar em trabalho de parto, ela perdeu a criança ainda no útero e culpou a unidade pelo ocorrido.

Segundo Eva, passava pouco mais das 14 horas do domingo, quando ela chegou ao HDM acompanhada de familiares. A médica plantonista que a atendeu disse-lhe para ficar em observação num quarto do hospital. Mas a enfermeira ignorou a informação, garantindo que ela estava liberada e poderia ir embora.

Fiquei sentada num banco até 10 horas da noite. Estava sentido muita dor e perdendo líquido”, revelou a agricultora. Somente após uma enfermeira que trabalha em Rajada chegar ao hospital e explicar a situação da agricultora, ela conseguiu ser atendida. “Mas disseram que eu não estava em trabalho de parto”, lembrou.

No dia seguinte, após vários exames, a informação foi ratificada pela equipe , que segundo Eva chegou a garantir a ela que poderia ter seu filho de parto normal – mesmo sabendo que o primeiro nasceu de uma cesariana. Já sem sentir dores, Eva conta que voltou ao hospital de Afrânio – onde foi atendida antes de vir para o HDM – na segunda (14). O médico, no entanto, sugeriu que Eva fosse encaminhada de novo a Petrolina. Ela revela que o filho já tinha morrido no seu útero, mas não ficou sabendo até então. “O médico contou para minha irmã, e como ele sabia que isso tinha acontecido no Dom Malan, não quis complicação e disse que eu tinha que tirar (o bebê) aqui em Petrolina”, explicou.

Ainda na segunda-feira a agricultora foi atendida novamente no HDM, onde foi submetida a uma cirurgia para a retirada da criança. Eva lembra que chegou a perguntar aos médicos porque seu filho não estava chorando. “Eles me disseram que meu filho não estava muito bem, mas me pediram para ter calma. Depois de meia hora, mais ou menos, eles informaram que meu filho tinha nascido morto”, emocionou-se.

Uma pediatra, conforme relato da agricultora, disse a ela que o bebê morreu devido à ingestão de substâncias liberadas com o rompimento da bolsa. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do HDM, que informou que a superintendência da unidade já está apurando o caso e em breve se pronunciará sobre o assunto.

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