Lagoa Grande lidera crescimento econômico de Pernambuco, aponta IBGE

por Carlos Britto // 21 de dezembro de 2025 às 08:59

Foto: Google Street View

O cenário econômico de Pernambuco em 2023 evidenciou o protagonismo do Sertão. Dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o município de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, registrou o maior crescimento econômico do estado no período.

Com uma expansão de 38,6% no Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes em relação a 2022, Lagoa Grande saltou 12 posições no ranking estadual e passou a ocupar a 45ª colocação entre as maiores economias pernambucanas. O desempenho é expressivo quando comparado à média de crescimento dos municípios do estado, que foi de 10,8%. A capital, Recife, cresceu 10,4%, ficando ligeiramente abaixo dessa média.

O avanço econômico de Lagoa Grande está diretamente ligado à fruticultura. O município possui o segundo maior PIB agrícola da Região do São Francisco e figura como a quarta maior produtora de frutas do Brasil. Ao longo das últimas três décadas, a cidade ganhou destaque com investimentos em infraestrutura de transporte e na prestação de serviços voltados à produção de uva, especialmente para o processamento de vinhos. Atualmente, a agricultura responde por 36% do valor adicionado bruto municipal.

Além de Lagoa Grande, outros municípios do interior também apresentaram crescimento expressivo em 2023. Entre os maiores avanços estão São Joaquim do Monte (33,4%), São José do Belmonte (33,2%) e Canhotinho (31,9%). Na outra ponta, cinco municípios registraram retração econômica no período. Bezerros apresentou a maior queda, com redução de 9,3% no PIB, seguido por Sairé (-4,6%), Panelas (-3,7%), Joaquim Nabuco (-2,0%) e Escada (-1,4%).

Panorama estadual

De forma geral, o crescimento conjunto dos municípios permitiu que Pernambuco ampliasse sua participação na economia do Nordeste. Ainda assim, o estado segue abaixo dos níveis registrados antes da pandemia e permanece atrás da Bahia em volume total de produção econômica.

O levantamento também destaca a forte dependência do setor de serviços. Pernambuco apresenta índice de concentração de Gini de 0,783 nesse setor, o mais elevado do Nordeste. Já o índice de concentração do PIB estadual como um todo é inferior à média nacional (0,838), indicando uma distribuição municipal menos desigual do que a observada no restante do país.

No ranking das capitais, Recife ocupa a 15ª posição nacional na relação entre o PIB per capita local e o PIB per capita brasileiro. Em 2023, o PIB per capita nacional foi de R$ 53.886,67.

Maiores e menores variações do PIB em Pernambuco em 2023

Entre os maiores crescimentos estão: Lagoa Grande: +38,6%; São Joaquim do Monte: +33,4%; São José do Belmonte: +33,2%; Canhotinho: +31,9%; Saloá: +28,6% e  Santa Maria da Boa Vista: +28,1%. Já entre as menores variações e quedas: Recife: +10,4%; Custódia: +0,6%; Ilha de Itamaracá: +0,2%; Escada: -1,4%; Joaquim Nabuco: -2,0%; Panelas: -3,7%; Sairé: -4,6% e Bezerros: -9,3%.

Os dados reforçam a força crescente do interior pernambucano, especialmente do Sertão do São Francisco, no desempenho econômico do estado. (Fonte: Jornal do Comércio)

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