Três mortes em Petrolina (PE), uma em Juazeiro (BA), mais três óbitos em Araripina (PE), Sertão do Araripe. Não, não se trata de um retorno da pandemia de Covid-19, mas os números do último final de semana na região revelam um cenário tão alarmante quanto.
Os graves acidentes de moto deixaram de ser pontuais, há muito tempo, e passaram a ser classificados como epidêmicos. Por este motivo, não têm como não serem associados a uma pandemia. Isso em se tratando apenas das mortes, sem contar os motociclistas que ficam gravemente feridos por conta dessas ocorrências no trânsito.
Uma parte deles é alvo da imprudência dos condutores de carro, que ignoram leis e desrespeitam quem está sobre duas rodas. Mas indiscutivelmente a maior parcela dos motociclistas poderia evitar os acidentes, se também fizesse sua parte.
Referência no Vale do São Francisco, o Hospital Universitário (HU)-Univasf convive atualmente com a triste realidade da superlotação, causada também pelos acidentes terrestres. E as motos são os que mais levam vítimas à unidade. No relatório mais recente, O HU-Univasf informou ter atendido 10.415 pacientes vítimas de acidentes. Destes, 7.500 foram de moto. Entre essas vítimas, 76% eram homens com idades entre 20 e 29 anos; 33% não tinham habilitação; e 22,9% não usavam capacete.
Ou seja: pessoas em idade produtiva, que poderiam estar trabalhando para colaborar com a Previdência do país, estão convalescendo em leitos de hospitais – muitas delas ficando, inclusive, inválidas. Tal realidade virou questão não apenas de saúde pública, mas econômica também. É preciso urgentemente medidas severas para mudar esse quadro. E não apenas para preservar vidas no trânsito. É para o bem de todos.


