O destino dos resíduos sólidos gerados diariamente em Petrolina motivou uma audiência promovida, na manhã de ontem (26), pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania, e a Defensoria Pública da União (DPU). Com boa presença popular, o evento foi conduzido pela promotora Rosane Moreira Cavalcanti.

Segundo Rosane, existe a necessidade de Petrolina abordar essa questão, porque quando se trata do assunto, a única coisa a ser lembrada é o lixo. A promotora justificou que a cidade já avançou neste segmento com o fim do ‘lixão’ do Raso da Catarina, mas outros passos precisam ser dados – sobretudo em relação à inclusão social.

“O Raso da Catarina acabou, mas o que a gente tem feito? Enterrado (os resíduos) no CTR. Com base na legislação, o que Petrolina pode fazer é deixar de ter lixo, e de fato ter resíduo, e ainda promover inclusão social. Hoje, a gente paga o caminhão do lixo pra enterrar esse lixo, quando a gente podia diminuir isso ou tornar zero se separasse esses resíduos em orgânicos e recicláveis, e fizesse essa contribuição aos catadores, a gente ainda tinha inclusão social, porque isso é renda”, ponderou. Ela afirmou que a audiência pretende justamente concretizar essa proposta.

Para o secretário Alisson Oliveira (Serviços Públicos), o mais importante após esse debate é a conscientização dos petrolinenses em dar o destino correto aos resíduos sólidos. Ele lembrou que o descarte indevido desses materiais é um desafio constante, que pode ser minimizado se os cidadãos começarem a mudar suas atitudes. “O município vai fazer cada vez mais sua parte, seja ela na educação ambiental nas escolas, seja na ampliação de pontos de coleta voluntária ou com outras atitudes de sustentabilidade. Mas o principal é que as pessoas não joguem lixo nas ruas porque é um custo muito alto para a cidade. A gente sabe que é uma minoria, mas é uma minoria que faz diferença. Para se ter uma ideia, a gente tirou do ano passado das ruas, mais de 92 mil toneladas, 12 mil a mais do que o caminhão da coleta recolheu”, pontuou o secretário.