A bancada oposicionista na Câmara de Vereadores de Petrolina já tem convicção de que qualquer pedido, seja em forma de indicação ou requerimento, só é aprovado se a base do prefeito Simão Durando (UB) permitir. O que não impede que velhas rusgas aflorem na Casa Plínio Amorim. Foi o que aconteceu na sessão plenária dessa terça (25).

O estopim do embate foram dois requerimentos – o de nº 699/25, de autoria do líder da oposição, Professor Gilmar Santos (PT), e o de nº 700/25, de Dhiego Serra (PL). Professor Gilmar solicitou do Executivo Municipal uma série de informações acerca da execução orçamentária e física das ações de construção de cisternas individuais e coletivas, perfuração de poços e implantação de sistemas adutores e de abastecimento, entre os anos de 2022 e 2025, na zona rural. A justificativa de Gilmar foi a de que, assim como a Compesa responde pelo abastecimento na área urbana de Petrolina, levar água às famílias do sequeiro é missão da prefeitura.

Já Serra pediu, em seu requerimento, que fosse disponibilizada a gravação integral da sessão pública realizada no último dia 3 de novembro, referente ao processo licitatório com vistas à contratação de agência de marketing digital para prestação de serviços de comunicação, com valor máximo estipulado em quase 6 milhões. Ele chegou a lembrar que os servidores municipais, a exemplo dos odontólogos e auxiliares que acompanhavam a sessão, estão há muito tempo sem reajuste, enquanto a atual gestão investe um montante dessa natureza em propaganda.

No entanto, ambos os requerimentos tiveram a orientação do líder governista, Diogo Hoffmann (UB), para que fossem derrubados. Foi o que aconteceu. A solicitação do Professor Gilmar foi reprovada por 14 votos a 3, enquanto a de Serra recebeu 17 votos contrários e 3 a favor.

Aborrecimento

Sem esconder o aborrecimento, os dois oposicionistas alfinetaram a base do prefeito na Casa, ao afirmar que seus representantes atropelam a função de agentes fiscalizadores do município. Professor Gilmar falou, inclusive, que “falta moral” aos aliados de Simão Durando no Legislativo – em relação ao seu pedido sobre as cisternas e perfuração de poços.

Visivelmente incomodado, o governista Ronaldo Cancão (Republicanos) partiu para a resposta ao colega de Legislativo, ignorando ate mesmo a recomendação do seu líder, de quem nenhum da bancada iria se pronunciar. Cancão disse que tem moral, sim, para falar sobre ações na zona rural. Ele citou, entre outras, o 320 quilômetros de adutoras viabilizadas pelo governo municipal através do seu grupo político, que beneficiam 19 mil pessoas na área de sequeiro, além das 4,6 mil cisternas entregues pelo prefeito Simão Durando e o ex-Miguel Coelho, e 1,6 mil poços perfurados.