Artigo do Leitor: “Quando a Religião se Cala e Deus Fala”

por Carlos Britto // 09 de novembro de 2025 às 19:00

Neste artigo, os leitores Rivelino e Victória Liberalino refletem sobre o verdadeiro sentido de ser cristão. O texto ainda destaca que o Evangelho vai além das aparências religiosas e dos templos: é sobre amar, perdoar e servir com sinceridade.

Confiram:

Nem todo evangélico é cristão.

Nem todo católico é cristão.

Nem todo espírita é cristão.

Porque ser cristão não é decorar versículos, frequentar templos ou repetir hinos.

Ser cristão é deixar Deus morar dentro da dor.

É abrir o peito e dizer: “Senhor, eu não sei amar. Ensina-me.”

Vivemos uma era de vozes inflamadas e corações frios.

De discursos sobre amor proferidos por quem esqueceu o que é amar.

De olhos voltados para o céu, mas mãos manchadas pela indiferença.

Há quem conheça a Bíblia, mas não conheça o arrependimento.

Há quem ore de joelhos, mas nunca se curvou de verdade.

Há quem pregue a cruz, mas nunca teve coragem de carregá-la.

O Evangelho não é roupa, nem rótulo, nem hábito.

O Evangelho é um corte profundo que sangra compaixão.

É o perdão engolindo o orgulho.

É o amor vencendo a lógica.

É a lágrima lavando a alma de quem já cansou de fingir ser santo.

De que vale um título religioso, se o coração continua apodrecido de vaidade?

De que serve levantar as mãos no culto e usar as mesmas mãos para ferir?

De que adianta cantar sobre graça e negar misericórdia ao próximo?

Cristo não veio montar templos.

Veio restaurar almas.

Não pregou poder; lavou pés.

Não exigiu reverência; abraçou traidores.

E quando todos O abandonaram, amou mesmo assim.

Ser cristão é isso:

Amar quando não dá vontade.

Perdoar quando dói.

Servir quando ninguém vê.

E continuar acreditando quando tudo parece perdido.

Não há fé verdadeira sem lágrimas.

Não há salvação sem rendição.

Não há cristianismo sem cruz.

O hipócrita fala de Deus com a boca cheia e o coração vazio.

Mas o arrependido fala pouco e chora muito.

E é nesse choro silencioso, longe das câmeras e dos púlpitos,que o céu se inclina e sussurra:

“Agora, sim, eu habito aqui.”

Deus não busca frequentadores, busca corações quebrantados.

Não mora em templos de pedra, mas em almas sinceras.

Porque o cristão verdadeiro não cita Jesus; ele o encarna.

O verdadeiro cristão não sobe em púlpitos, desce em poços.

Não mede santidade em palavras, mas em gestos.

E quando ama, ama até o inimigo,

porque reconhece que o inimigo já foi ele mesmo.

O dia em que cada um de nós parar de apontar pecados e começar a lavar feridas,o mundo verá o rosto de Cristo outra vez.

Não nas palavras, mas nas atitudes.

Porque o Evangelho não é uma bandeira.

É um ato de amor crucificado.

E só quem morreu para si mesmo entende o milagre de viver em Deus.

Rivelino /Victoria Liberalino

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